Depois de mostrar na semana passada a corrida que deu o primeiro título na Fórmula 1 para Ayrton Senna, neste domingo (10), a Rede Globo, dentro do programa Esporte Espetacular, reprisará outra grande prova do tricampeão. Desta vez o torcedor poderá rever o Grande Prêmio do Brasil de 1991, quando o brasileiro venceu pela primeira vez correndo em casa. A transmissão com o pré-corrida começará às 9h45.
Naquele ano que marcou a conquista de seu terceiro título, Senna havia iniciado a temporada com uma vitória do GP dos Estados Unidos e chegou a Interlagos com a expectativa de pela primeira vez correndo diante de seu torcedor.
Nas outras oito corridas do Brasil, ele colecionou dois pódios e muitas frustrações, principalmente no ano anterior, quando liderava a corrida, mas bateu em um retardatário e teve que se contentar com o terceiro lugar. E pior: ver Prost vencer pela sexta vez um GP brasileiro.
Senna mantem a ponta e é perseguido por Mansell
Nos treinos classificatórios Senna mais uma vez mostrou uma de suas especialidades e cravou a pole. Ao seu lado largaria o italiano Riccardo Patrese, da Williams e abrindo a segunda fila estava Nigel Mansell, seu grande rival naquela temporada, também da Williams.
Sinal verde e Senna manteve sua posição, enquanto que Mansell superou Patrese. Com o melhor carro, o Leão tinha tudo para partir para cima do brasileiro e cedo ou tarde assumir a ponta e vencer, mas a sorte estava ao lado de Senna naquela tarde.
Na 20º a diferença entre eles era de menos de um segundo. Nessa altura eles já tinham 14 segundos de vantagem para o terceiro.
Na parada para a troca de pneus o inglês teve dificuldades de engatar as marchas e perdeu tempo e caiu para quarto. Depois entrou de forma inesperada no pit, desta vez para trocar um pneu furado. Durante de todos esses contratempos de seu adversário Senna se mantinha na frente, mas já sem a terceira marcha.
Mansell roda e facilita vida de Senna
Após nova troca de pneus, Mansell vem voando na pista com calçados novos. Na volta 52 ele estava 34 segundos atrás do piloto da McLaren, que com o passar das voltas vai perdendo suas marchas. Na 60º o inglês já havia descontado metade da desvantagem, até que no S do Senna ele roda, quebra sua caixa de câmbio e abandona.
O segundo lugar cai no colo de Patrese, que está 40 segundos atrás do líder.
Na 62º volta, restando nove para o final, a McLaren de Senna tem apenas a sexta marcha e um movimento a mais na alavanca do câmbio significará fim de corrida e o sonho de vencer em casa adiado. Por isso ele, mesmo com as dores causadas pelo esforço, ele segue na pista. Enquanto Senna briga para seguir na pista, Patrese tira quatro segundos por volta. Para sorte do tricampeão, o italiano também enfrenta problemas com seu carro.
Gotas de chuva coram a vitória
Nas voltas finais a chuva começa a apertar em Interlagos e Senna faz sinais para a direção de prova encerrar a corrida. Faltando duas voltas para o fim a vantagem para Patrese era de apenas quatro segundos, mas também não tem equipamento para tentar um ataque final.
Depois de duas voltas quase que intermináveis, Senna finalmente consegue vencer no Brasil e seu carro para poucos metros depois da linha de chegada. Ele não tem forças para sair do cockpit e no pódio reuniu suas últimas forças para levantar o troféu.