Enquanto atividade econômica, o turismo integra o setor terciário e, desde de 2019, vinha apresentando um desenvolvimento expressivo a nível mundial. Entre os continentes mais visitados do mundo temos a Ásia e a Europa. Já no Brasil, o Estado mais procurado é o Rio de Janeiro, seguido de São Paulo, Minas Gerais e Bahia.
Com a pandemia da Covid-19, que se instalou a partir de 2020, o setor foi um dos mais impactados. O mundo parou, as viagens foram suspensas, os aeroportos fechados, os pacotes cancelados. Museus, teatros, galerias de arte e shows estavam disponíveis somente pela internet.
Com as vacinas, aos poucos o mundo retoma suas dinâmicas habituais e o Turismo acompanha esse lento processo.
É sabido que o lazer e a recreação exercem um papel fundamental na saúde das pessoas, no que sua prática é essencial. Nesse sentido, o que o retorno das atividades turísticas tem um impacto salutar, não só para a economia, como também para qualidade de vida dos envolvidos no processo.
A influência do Turismo, Lazer e Recreação na qualidade de vida
Atualmente, o turismo é uma das atividades que mais movimentam a economia mundial e também uma das que geram mais emprego. No entanto, os benefícios do turismo não se reduzem aos econômicos.
Por definição, o turismo de lazer ou turismo de recreação está atrelado ao descanso, diversão e ao entretenimento.
Para os estudiosos Enea e Tanasoiu (2009), essa atividade pode aumentar a qualidade de vida dos indivíduos através do descanso, desenvolvimento do conhecimento, recreação, relaxamento, dentre outros. No entanto, os mesmos autores definem que o descanso no ambiente habitual, em casa, não é capaz de oferecer uma recuperação total aos indivíduos.
Outros estudos defendem que viajar pode aumentar a auto satisfação e o bem-estar, no que a antecipação de uma viagem ou reviver as memórias por ela proporcionadas, podem contribuir para o bem-estar, especialmente se viajar for regular e constante na vida da pessoa.
Assim, viajar pode contribuir enormemente para todos os aspectos relativos a saúde, quando considerados os aspectos sociais presentes no contato com outros turistas e locais, os benefícios mentais e físicos do relaxamento e do descanso, bem como, a estimulação intelectual da qual resulta da aprendizagem sobre novos destinos.
Existem aquelas viagens que podem conter um foco direcionada especificamente à saúde - como deslocamentos a termas, por exemplo – no que outras experiências podem oferecer outros benefícios mais indiretos. Assim, no caso dos turistas que experimentam níveis mais altos de prazer durante suas viagens, conseguem, como consequência, alcançar níveis maiores de satisfação.
Em se tratando dos espaços públicos de lazer, pode-se inferir que os fatores motivacionais que levam os indivíduos a frequentar tais espaços, relacionam-se à busca por interação social e hábitos saudáveis. Nesse sentido, o contato com a natureza, a segurança e as características inerentes a esses espaços também podem ser considerados como fatores motivacionais.
O termo utilizado para definir qualidade de vida, engloba conceitos que incluem saúde e bem-estar, sob a perspectiva do próprio indivíduo. Nesse sentido, observa-se que esse é um conceito subjetivo, relacionado a padrões sociais, históricos e culturais. Portanto, para conseguir medir a qualidade de vida de uma pessoa, é necessário realizar uma análise de três dimensões nas quais o indivíduo está inserido, sendo: dimensões social, física e psicológica. Relaciona-se aos conceitos de autoestima e bem-estar pessoal, abrangendo diversos aspectos, como: estilo de vida, capacidade funcional, estado emocional, interação social, a atividade intelectual, o autocuidado, o nível socioeconômico, o estado de saúde, dentre outros.
Tanto o turismo quanto o lazer podem ser considerados como necessidades e direitos fundamentais, de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que afirma em seu artigo 24º que “toda a pessoa tem direito ao repouso e aos lazeres e, especialmente, a uma limitação razoável da duração do trabalho e a férias periódicas pagas”, e em seu artigo 27º, que define que “toda a pessoa tem o direito de tomar parte livremente na vida cultural da comunidade…” (artigo 27º). Estudiosos definem que o lazer se enquadra como uma das necessidades primárias do homem, no que a satisfação desta necessidade deve ser assegurada.