Mucugê tem uma história interessante, que se inicia com sua formação no século XVIII, sendo considerada uma das mais antigas da Chapada Diamantina. Também foi a localidade na Bahia, onde foram descobertas as primeiras pedras de diamantes de valor, por um garimpeiro conhecido como Cazuza do Prado, em 1844.

Essa descoberta atraiu milhares de pessoas à região em busca de riqueza, iniciando uma verdadeira corrida às possíveis jazidas de diamantes no entorno do rio Mucugê. Assim, o que antes era um pequeno povoamento, no ano de 1848, já somava uma população que ultrapassava os 30.000 habitantes, sendo em sua maioria garimpeiros e comerciantes.

Foi quando surgiu a povoação de Mucugê do Paraguaçu.

Nesse período, a região se desenvolvia de maneira abastada. Ainda hoje é possível observar os opulentes casarões que ocupam o centro da cidade, até mesmo o cemitério. Isso porque, no ano de 1855, após um surto de cólera que assolou o país, um decreto imperial, visando conter o elevado número de mortos, proibiu o sepultamento de pessoas no interior das igrejas, prática comum naquela época.

Sem ter aonde enterrar seus mortos, as autoridades de Mucugê escolheram um local interessante para construção do cemitério: no pé de uma montanha que fica em frente à cidade. Como essa é uma antiga região de garimpos, muito rica nesse período, não foram poupados recursos e, em alguns casos, arquitetos criaram os túmulos adornados com muito desvelo, imitando pequenas igrejas e templos católicos.

No entanto, em 1870 a exploração de diamantes colapsa, obrigando a região a encontrar outras atividades econômicas alternativas. Assim, o cultivo de café e a criação de gado passaram a ser a principal fonte de renda de São João do Paraguaçu, nome que passou a ser chamada a cidade em 1890, quando foi elevada a condição de Freguesia.

Em 1917, a cidade passa a se chamar oficialmente Mucugê. É nesse mesmo período que a região atravessa uma profunda decadência econômica, registrando um elevado índice de êxodo populacional, que durou toda a primeira metade do século XX.

Diante da extensão da crise econômica que enfrentava, dá-se início à exploração dos campos de flores sempre-viva, espécie de planta com mais de 400 variações existentes na região.

O continente europeu se tornou o maior exportador da planta, utilizada como artigo de decoração. Hoje, algumas espécies endêmicas da planta estão ameaçadas de extinção.

Finalmente, chega o Turismo, permitindo aliar a preservação histórica, cultural e ambiental da cidade, servindo também como fonte de renda para milhares de famílias que habitam não só no local, mas em todo o seu entorno.

O Turismo em Mucugê

Localizada na Chapada Diamantina, região privilegiada pelas belezas naturais, a cidade de Mucugê fica a 900 metros de altura do nível do mar, o que lhe dá um clima frio, típico das cidades do sul do país.

Está cercada por lindas serras, rios, cachoeiras e grutas. Como se observou, a cidade também é rica em história, tendo como uma das características mais marcantes, os antigos casarões coloniais em estilo português.

O principal pano de fundo dessa história é o garimpo, atividade que ainda se desenvolve no local, embora em muito menor escala.

Após as diversas crises econômicas, a partir da década de 1990, o potencial turístico da cidade passou a ser explorado, com a criação do Parque Nacional da Chapada Diamantina. Atrações como trilhas entre cânions, montanhas e cachoeiras são uma das principais atrações turísticas de Mucugê, que conta com uma Associação de Guias e Condutores para realizar esse tipo de atividades. O valor base cobrado para esse serviço é de R$150,00.

A cidade também possui um movimentado calendário de eventos que atrai turistas de diversas regiões, além de museus, filarmônica e praças planejadas e arborizadas.

As ruas são cuidadosamente limpas, são cercadas de canteiros e jardins floridos, cercado de montanhas para todos os lados.

Possui uma grande diversidade em equipamentos turísticos, atendendo a todos os públicos: hotéis, hostels, pousadas e hospedarias. Os bares e restaurantes da cidade são movimentados e, aos finais de tarde, se expandem até as ruas, distribuindo suas mesas e cadeiras pelas calçadas. É muito agradável.

Como chegar

Carro:

Saindo de Salvador, é precido pegar a BR-324 até Feira de Santana e seguir até o entroncamento do Paraguaçu e BR-242. Depois, após passar por Itaberaba (85km), virar à esquerda do Posto da Polícia Federal, para entrar na BR-142 sentido Mucugê/Andaraí.

Ônibus:

O trajeto é realizado pela empresa Cidade Sol. O valor é R$ 121,00 + taxas.