De acordo com o Mail Online, Madison – uma menina britânica de sete anos de idade – sofreu dolorosas queimaduras químicas em seu braço após fazer uma tatuagem temporária de henna negra enquanto passava férias no Egito. O incidente aconteceu no final de julho, e recentemente o pai da garota, Martin Gulliver (50), decidiu tornar o fato público, de modo que as pessoas sejam alertadas e saibam que a tinta aparentemente inofensiva pode apresentar perigos.
A família Gulliver estava hospedada no hotel quatro estrelas Fort Arabesque Resort, Spa & Villas, situado em Hurghada, e enquanto desfrutava a viagem, a esposa de Martin, Sylvia (43), apresentou uma infecção da vesícula biliar, tendo que ser internada em um hospital por dois dias.
Como prêmio para o bom comportamento dos dois filhos do casal durante aquele período de adversidade, o pai britânico permitiu que as crianças fizessem tatuagens em seus braços no salão de beleza da hospedagem.
Quase que instantaneamente, o irmão de Madison, Sebastian (9), começou a reclamar que o desenho em seu braço estava coçando, e assim o adorno foi prontamente removido.
Entretanto, a menina passou mais tempo com a henna no corpo, e só começou a se queixar de irritação no dia seguinte – momento em que a tinta (que cobria desde o dedo anular da garota até a altura do seu cotovelo) foi lavada, o que revelou uma erupção cutânea nos locais em que a tatuagem entrou em contato com a pele.
Procurando ajuda
Pensando que aquela era uma reação alérgica, a família procurou ajuda médica após retornar ao Reino Unido no dia 25 de julho, e foram receitados esteroides para acalmar a coceira da criança. Entretanto, o quadro piorou, e começaram a surgir as dolorosas bolhas no braço de Madison.
Martin Gulliver revelou ao Daily Mail que entrou em pânico, já que sua filha foi levada cinco vezes ao Hospital St.
Mary’s, em Londres, e a cada visita a menina recebia tratamentos diferentes que se mostravam infrutíferos – até que ela foi encaminhada para o Salisbury District Hospital, que possui um quadro de especialistas em queimaduras.
Naquele estabelecimento, foi realizado um teste com o fluído que estava vazando das feridas e encontrado um nível de PH muito alto, o que revelou que a menina havia sofrido queimaduras químicas.
Os médicos primeiramente tentaram furar as bolhas para drenar o líquido, mas como estas eram muito espessas, não houve outra solução a não ser remover a pele afetada para que os profissionais tivessem acesso ao tecido cutâneo queimado por baixo.
Madison ainda precisará usar uma ligadura de pressão por pelo menos seis meses, para que deste modo as cicatrizes resultantes do procedimento sejam minimizadas.
O pai da garota afirmou que só ficou ciente dos perigos da henna negra depois do incidente, acrescentando ainda que uma parte da culpa é sua por não entender do assunto, e a outra é do centro de beleza do hotel, que usou um produto em crianças que pode apresentar riscos.
Em nota, o Fort Arabesque Resort, Spa & Villas pediu desculpas à família, e informou que parou de oferecer as tatuagens aos seus hóspedes.
A causa das queimaduras
Segundo o NHS – National Health Service, ou Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido – a henna negra pode conter um ingrediente chamado parafenilenodiamina, também conhecido pela sigla em inglês PPD, que é tóxico e que normalmente não deve ser usado na pele.
Ainda de acordo com o Daily Mail, o Dr. Chris Flower, diretor-geral da Cosmetic, Toiletry and Perfumery Association (Associação de Cosmética, Produtos de Higiene e Perfumaria), ressaltou que o PPD é um químico que faz parte, por exemplo, da composição de tintas de cabelo, onde o nível máximo do ingrediente é controlado.
Infelizmente, o composto acaba sendo usado erroneamente na tinta henna – que naturalmente possui uma tonalidade castanho-avermelhada – para que ela fique mais escura.
Lisa Bickerstaffe, gerente de comunicações da British Skin Foundation, entidade que pesquisa problemas de pele, alerta para que as pessoas fiquem atentas à cor de um produto descrito como sendo "henna", e se este não possuir a tonalidade natural, na dúvida é melhor "ficar longe" para evitar problemas.