“Armas americanas na Ucrânia estão escoando diretamente para os extremistas de Azov. E, de novo, com o único objetivo de 'incendiar' a Rússia, Washington parece querer ignorar as perturbadoras orientações políticas de seus protegidos na linha de frente”, denuncia o jornalista estadunidense Max Blumenthal.
Em um artigo recente do site de notícias e análises 'The Real News', o escritor informa sobre um encontro entre comandantes do Batalhão Azov – regimento neonazista da Guarda Nacional da Ucrânia – e conselheiros militares dos EUA, ocorrido em 16 de novembro de 2017 na sede da organização ucraniana.
Segundo nota publicada no site oficial de imprensa do Batalhão Azov, “entre os assuntos [do encontro] estava a necessidade de assistência logística dos países parceiros [da Ucrânia]”. O país está atualmente em guerra contra separatistas da região oriental do Donbass, na fronteira com a Rússia.
Como apresenta o autor do artigo, “nos últimos meses um amplo espectro de observadores da guerra civil na Ucrânia têm documentado a transferência de armas pesadas fabricadas nos EUA para o Batalhão Azov, bem debaixo do nariz do Departamento de Estado dos EUA”.
A primeira venda de armas vindas dos EUA para o país europeu e que foram repassadas para o Batalhão Azov ocorreu em outubro de 2016.
O negócio foi confirmado diversas vezes posteriormente e, no último dia 10, um especialista americano comentou sobre a transferência das armas, mostrando preocupação com seu destino.
“A Embaixada dos EUA ajudou muito para facilitar a transferência, e eu não estou seguro se eles estavam conscientes de que o Azov seria o primeiro a treinar com elas [as novas armas]”, escreveu em uma rede social o pesquisador Aric Toler, do Laboratório de Pesquisa Digital Forense do Conselho do Atlântico.
Blumenthal lembra que em setembro, o Congresso dos EUA aprovou o repasse de recursos para a Ucrânia mas proibindo que fossem gastos em armamento, treinamento ou qualquer tipo de assistência para o Batalhão Azov.
Contudo, os próprios oficiais do grupo neonazista admitiram que "instrutores e voluntários americanos" têm trabalhado em estreita cooperação com eles.
Crimes de guerra
O Batalhão Azov é um dos principais grupos armados que atuam desde o início da guerra na Ucrânia, em 2014. Formada por ativistas de extrema-direita e simpatizantes do Nazismo, a organização está na linha de frente do combate aos separatistas do Donbass.
São imputados a membros do batalhão diversos crimes de guerra contra civis e militares. Existem políticos ligados ao Azov com assento no parlamento ucraniano e o grupo tem certa influência sobre alguns órgãos do governo. Além disso, várias organizações políticas e paramilitares têm agido sob sua tutela e comando.