O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enfrentou o desafio mais direto ao poder na quarta-feira (24), quando um líder da oposição permaneceu nas ruas da capital e se declarou o presidente legítimo, aplaudido por milhares de apoiadores e um crescente número de governos, incluindo a administração Trump.

A resposta de Maduro aos Estados Unidos

Maduro respondeu furiosamente, cortando laços diplomáticos com os Estados Unidos.

Ele deu aos diplomatas americanos 72 horas para deixarem o país e acusou a administração Trump de conspirar para derrubá-lo.

Os desenvolvimentos em rápida evolução convulsionaram a Venezuela, um país outrora próspero que foi devastado por anos de repressão política, má gestão econômica e suspeitas de corrupção. Mas eles também parecem dar um novo impulso ao líder da oposição, Juan Guaidó, um político de 35 anos que entrou no cenário nacional recentemente.

Maduro imediatamente descartou a reivindicação de Guaidó à presidência, chamando-a de parte de uma conspiração liderada pelos americanos para derrubá-lo.

Demonstrando sua contínua influência no poder, ele assinou uma ordem expulsando diplomatas americanos na varanda do palácio presidencial.

Clima tenso entre os governos americano e venezuelano

Um importante repórter oficial americano em Washington avisou que, se Maduro usasse força contra opositores, os Estados Unidos poderiam impor novas sanções e não descartariam o uso da força militar para detê-lo. Não foi a primeira vez que o Governo Trump alertou sobre uma "opção militar" para a Venezuela.

Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Paraguai, Peru, Equador, Guatemala e a Organização dos Estados Americanos também reconheceram Guaidó como líder do país.

Enquanto a mídia estatal venezuelana ignorou Guaidó e seus partidários nas ruas, havia poucas evidências de repressão em larga escala de partidários da oposição pela polícia e pelas Forças Armadas, como aconteceu no passado.

Ainda assim, o desafio à autoridade de Maduro por Guaidó levantou a possibilidade de confrontos violentos, caos e confusão nos próximos dias. Imediatamente depois que Maduro ordenou a expulsão dos diplomatas americanos, Guaidó anunciou que eles poderiam ficar.

A ideia americana de reconhecer Guaidó como o legítimo presidente da Venezuela

O reconhecimento americano de Guaidó como presidente legítimo da Venezuela é muito mais do que uma medida simbólica e apresenta novas complicações para Maduro. A ideia foi avidamente promovida pelo senador Marco Rubio, um republicano da Flórida que pressionou o governo Trump a dar esse passo. Em um discurso no Senado em 15 de janeiro, Rubio disse que designar Guaidó como presidente permitiria que milhões de dólares dos ativos do governo venezuelano congelados nos Estados Unidos ficassem à disposição dos legisladores da oposição, que poderiam usá-los para financiar novas Eleições ou assistência humanitária.

O confronto crescente começou com a declaração de Guaidó para uma enorme multidão de torcedores em uma praça no centro da capital venezuelana, Caracas, na quarta-feira.

Enquanto os manifestantes cantavam o hino nacional, Guaidó anunciou: “Hoje, 23 de janeiro de 2019, juro assumir formalmente os poderes do executivo nacional como presidente encarregado da Venezuela”.

Ele disse aos venezuelanos para levantarem as mãos direitas ao dizerem: "Vamos jurar como irmãos que não vamos descansar até conseguirmos a liberdade".