O grupo extremista Estado Islâmico (ISIS) reivindicou os atentados coordenados que aconteceram em igrejas católicas e em hotéis no Sri Lanka no domingo de Páscoa (21). Por meio da Amaq, que ficou conhecida como uma espécie de “agência de notícias” do grupo, os extremistas anunciaram que "os autores dos ataques contra os cristãos do Sri Lanka e os cidadãos dos países da coalizão são combatentes do EI".
O Estado Islâmico também divulgou uma imagem com suspeitos dos atentados suicidas no país asiático que deixaram, pelo menos, 321 mortos.
Os suspeitos pelas explosões suicidas seriam dois filhos de um rico comerciante local.
Os irmãos muçulmanos, cujos nomes não foram revelados, realizaram o ataque enquanto os hóspedes faziam o café da manhã nos hotéis Shangri-La e Cinnamon Grand, na capital. Segundo investigação da Polícia do Sri Lanka, eles tinham 20 e poucos anos e operavam sua própria "célula familiar". Ainda não se sabe o paradeiro de seus pais.
Imagens que circulam pela imprensa do Sri Lanka e pelas redes sociais mostram a movimentação de um homem suspeito de se explodir durante a missa na Igreja de São Sebastião, na cidade de Negombo.
Advance warning of the Sri Lanka attacks came from an ISIS suspect arrested in India who named one of the bombers https://t.co/iQW5RJ9H34 pic.twitter.com/HYva1t3REu
— CNN Breaking News (@cnnbrk) 23 de abril de 2019
Ainda de acordo com a investigação, um dos irmãos se registrou no hotel com informações falsas sobre sua identidade, enquanto o outro deu seu endereço real, o que levou os policiais à casa de sua família em uma área comercial da cidade de Colombo.
Segundo fontes policiais, quando a Força-Tarefa Especial chegou a essa casa, a esposa de um dos irmãos explodiu uma bomba, matando a si mesma e seus dois filhos. Três policiais foram mortos na explosão e vários membros da família estão entre os detidos.
Terror no Domingo de Páscoa
A primeira série de ataques ocorreu durante as celebrações da Páscoa em igrejas nas cidades de Colombo, Negombo e Batticaloa.
Mais bombas explodiram em três hotéis de luxo na capital: o Kingsbury, o Shangri-La e o Cinnamon Grand. O grupo planejou também outro ataque em um quarto hotel, mas o homem-bomba falhou em detonar seu dispositivo ou decidiu não fazê-lo, disseram fontes oficiais.
Após a explosão no hotel Shangri-La, os funcionários identificaram um possível invasor e o denunciaram à polícia.
O homem foi localizado em um alojamento próximo à capital e se explodiu quando foi confrontado pela polícia, matando duas pessoas.
A polícia está atualmente em busca de uma van e um caminhão que supostamente carregam explosivos. Eles também estão à procura de três motos, um táxi e outra van.
Com 321 mortes confirmadas até o momento, incluindo 39 estrangeiros, no mínimo, e mais de 500 feridos, o Sri Lanka declarou estado de emergência e lançou uma investigação para evitar mais ataques.
Quarenta pessoas foram presas nesta terça-feira (23) suspeitas pelos atentados suicidas no Domingo de Páscoa. Essa foi a pior atrocidade cometida no Sri Lanka desde o fim de uma Guerra Civil no país em 2009.