Nesta sexta-feira (10), cientistas brasileiros e americanos divulgaram dados de uma pesquisa realizada na região da Amazônia na qual descrevem o agravamento do aquecimento global para um futuro próximo. Segundo Paulo Brando, o efeito estufa tende a provocar incêndios florestais capazes de destruir cerca de 16% do sul da Amazônia num período de 30 anos.

Esse fator poderá liberar cerca de 17 bilhões de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera piorando ainda mais o futuro do planeta. Paulo Brando, porta-voz do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e da Universidade da Califórnia, em Irvine, afirmou que é necessário se manter defendendo a redução do desmatamento na Amazônia com a finalidade de minimizar o avanço do fogo que provavelmente ocorrerá nas próximas décadas.

Para o pesquisador Doug Morton, da Nasa, a análise espacial mostra que é necessária uma abordagem dupla com a finalidade de proteger as florestas das pressões crescentes provocadas pelos desmatamentos da expansão agrícola, além de evitar o risco de incêndio causado pela mudança no clima.

Morton, afirma que as decisões devem ser voltadas para a redução do desmatamento, de modo que, impeça a fragmentação da floresta no sul da Amazônia. Assim sugere-se que é preciso evitar fontes que provoquem incêndios para amortecimento das bordas florestais contra as queimadas.

Probabilidade de maiores queimadas

O acúmulo de gases está provocando o efeito estufa na atmosfera o que tem provocado um efeito de seca no solo, além de deixá-la mais fragmentada e propensa a queimadas, conforme publicação da revista Science Advances nesta sexta-feira (10).

O estudo mostra a perspectiva de futuro na região da Amazônia Meridional. Os resultados foram pessimistas, pois os dados revelaram que as estações prolongadas de seca estão criando condições propiciais a incêndios florestais até 2050.

Segundo divulgação do UOL, o bioma fechou o ano de 2019 com cerca de 89 mil focos de queimadas, cerca de 30% a mais em relação ao ano de 2018.

Até o momento, detectou-se que cerca de 72% da área analisada possui uma cobertura de florestas nativas. Mas, os estudos mostram que até 2050 a mata nativa poderá reduzir em 16%. Segundo o levantamento, a terra desmatada está ligada ao uso da pecuária e na agricultura mecanizada na região.

Contudo, os pesquisadores informaram que mesmo que zere o desmatamento, o efeito estufa e as variações climáticas continuarão provocando as queimadas nas regiões mais secas da Amazônia.

Isso, porque a região já está comprometida devido a ações passadas, onde os incêndios mataram e matam os bancos de sementes e brotos provocando uma menor capacidade de recuperação já que o clima seco e quente do efeito estufa, também não ajuda e não ajudará.