Os Estados Unidos barraram a vinda de viajantes vindos do Brasil por causa da pandemia do coronavírus. A decisão foi tomada neste domingo (24) pelo presidente Donald Trump, impedindo que estrangeiros que venham de voos do território brasileiro possam entrar nos EUA.

A decisão passa a valer a partir do próximo dia 29 e já era antecipada pelo governo americano nesta semana para tentar evitar a chance de casos importados do Brasil possam aumentar a lista de casos dentro do território dos EUA.

Saiba sobre o decreto de Trump

A proibição começará a partir das 23h59 (horário de Nova York) do dia 28 de maio (0h59 do dia 29 no Brasil).

E valerá para estrangeiros que estiveram no Brasil nos últimos 14 dias e que estiverem chegando aos Estados Unidos.

A norma tem exceções. Estas se aplicam a estrangeiros que são residentes permanentes nos EUA, além de familiares de americanos que moram no exterior e também os parentes de estrangeiros que tenham residência permanente nos Estados Unidos. Outros tipos de vistos específicos também serão isentos de tal medida emitida por Trump

Trump tomou medida para 'proteger' EUA

Kayleigh McEnany, secretária de comunicação da Casa Branca, foi quem emitiu o comunicado do governo dos EUA que barra a entrada de pessoas vindas do Brasil. Segundo McEnany, a medida serve para 'proteger' os americanos de casos de Covid-19 que possam ter vindo do Brasil.

"Hoje (domingo), o presidente Trump tomou uma ação decisiva para proteger nosso país, ao suspender a entrada de estrangeiros que estiveram no Brasil num período de 14 dias antes de buscar admissão nos EUA", declarou a secretária de comunicação da Casa Branca.

"Esta ação irá garantir que os estrangeiros que estiveram no Brasil não se tornarão uma fonte adicional de infecção nos EUA.

Esta restrição não irá afetar voos comerciais entre os EUA e o Brasil", completou McEnany.

Brasil como 'centro' de pandemia preocupa os EUA

A preocupação com o aumento de casos do coronavírus no Brasil é preocupação antiga de Donald Trump e do governo dos EUA. Na última semana, em entrevista coletiva, o presidente americano declarou ver com 'preocupação' o crescimento das infecções e sugeriu que pudesse barrar entrada de viajantes vindos do Brasil, que se tornou o segundo país com mais casos do coronavírus.

"Estamos considerando isso [barrar pessoas vindas do Brasil]. Não quero que as pessoas venham aqui e infectem nosso povo", disse Trump.

A expansão da doença no Brasil viu forte pressão para que o governo americano fizesse alguma restrição para evitar que casos vindos do Brasil fossem para os EUA. Com isso o Brasil se tornou alvo da quarta medida de restrição emitida por Trump para barrar casos de coronavírus nos EUA. Antes, China, Irã, Reino Unido, Irlanda e países da União Europeia foram também alvos de tais medidas.

O governo brasileiro chegou a tentar evitar que os EUA fizessem qualquer tipo de medida para barrar viajantes vindos do país. Nelson Forster, encarregado de negócios da embaixada brasileira em Washington, chegou a fazer 'lobby' com Ron DeSantis, governador da Flórida, principal destino dos voos vindos do Brasil, para considerar evitar que o governo adotasse esta medida.

No final de abril, Trump chegou a admitir que barraria voos vindos do Brasil e da América Latina para os EUA visando evitar novas contaminações vindas destes países com o coronavírus.