Nesta última sexta-feira (21), uma denúncia de abuso sexual coletivo sofrido por uma jovem de apenas 16 anos chocou o mundo. O crime teria sido cometido por 30 homens em um hotel numa cidade turística do sul do território israelense, chamada Eliat, onde a própria jovem fez a denúncia.

Segundo o porta-voz da corporação, Micky Resenfield, 30 homens são suspeitos de cometer o crime, mas apenas dois dos supostos envolvidos se encontram presos e o caso está em investigação.

A história não teve grande relevância até o momento que a imprensa local começou dar detalhes do crime nas colunas dos jornais.

Segundo consta, esses homens teriam feito uma fila na frente do quarto onde a jovem estava para esperar sua vez de abusá-la.

Segundo o relato dos jornais locais, a adolescente estava bêbada e não tinha ideia do que estava acontecendo naquele momento. Desde a noite da última quarta-feira (19), houve varias manifestações espontâneas em várias cidades do território israelense, como Tel Aviv e Jerusalém, em apoio à adolescente abusada e para fazer uma condenação à violência sexual contras as mulheres.

A classe politica israelense também se manifestou com bastante indignação nas mídias sociais. Segundo o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, é ultrajante e não há nenhuma palavra para descrever o que aconteceu.

Não seria um crime contra uma só adolescente, mas sim um crime contra toda a humanidade, que merece toda a condenação possível, disse Netanyahu.

O primeiro-ministro pediu ainda que os responsáveis por esse crime sejam condenados. O presidente israelense, Reuven Rivlin, postou em suas mídias sociais uma mensagem, pedindo a todas as adolescentes que denunciem os abusos coletivos em Eliat.

Segundo o presidente, ataques de cunho sexual, como o abuso, a exploração sexual e a violência são “manchas” que destroem as sociedades e as tornam mais infelizes.

Grupo feminista apoia manifestação

Segundo a fundadora do grupo feminista “HaStikerior” - baseado em um grupo francês que espalha vários cartazes nas paredes francesas contra o abuso sexual feminino -, Ilan Waiezman, de 36 anos, todos os dias 260 mulheres israelenses são abusadas sexualmente.

Complementando, a agência de notícias AFP aponta que uma a cada cinco mulheres israelenses sofrem algum tipo de violência sexual durante sua vida.

O mesmo grupo feminista, dois meses atrás, já tinha espalhado vários cartazes nas paredes israelenses bradando várias palavras de ordem como “não é não” ou também “você não está sozinha”.

O grupo critica o Estado israelense, afirmando que o poder público deveria destinar um orçamento maior para combater esse tipo de violência contra as mulheres e não apenas dar grandes declarações nas mídias sociais.