O conflito armado entre tropas do Azerbaijão e separatistas armênios da província de Nagorno Karabakh se intensificou neste domingo (27), sendo classificado com o maior desde 2016. Os combates provocaram agitação na diplomacia internacional. Após a informação de que ao menos 60 pessoas teria morrido em 24 horas, ONU, Rússia demais países da Europa condenaram os ataques, solicitando o fim dos conflitos e um cessar-fogo.
A Turquia, por sua vez, demonstrou apoio ao Azerbaijão, o que levou países vizinhos como a Armênia a acusar os turcos de interferência política na região.
Chefe da diplomacia europeia afirma que conflito na região é preocupante
Em nota, Josep Borrell, líder da diplomacia europeia na ONU, classificou os combates do último domingo como preocupante. Ele também condenou a interferência política externa na região. Ainda de acordo com informações, na região dissidente de Nagorno Karabakh houve a confirmação de 28 combatentes separatistas mortos, aumentando para 59 o número de vítimas.
Mais mortos no conflito?
Nesta segunda-feira (28), o governo do Azerbaijão divulgou um novo relatório detalhando o número de baixas militares do seu lado. No entanto, essas informações tendem a ser mais graves do que o imaginado, uma vez que ambos os lados alegam terem causado inúmeras baixas ao inimigo. Segundo imagens publicadas por uma estatal de TV que acompanha de perto o conflito, foi possível perceber uma fileira de tanques destruídos na região.
Em nota, o governo do Azerbaijão estima que mais de 500 separatistas tenham morrido nos últimos ataques,, enquanto o governo provisório de Nagorno Karabakh afirma ter executado em torno de 200 soldados azeris. Os separatistas também afirmam terem reconquistado cidades que haviam sido perdidas.
Já o governo azeri afirma que conquistou mais território durante a ofensiva deste domingo. Segundo informações, as Forças Armadas azeris vêm atacando as posições adversárias com bombardeios da artilharia e de bombas lançadas por aviões. Em comunicado à imprensa, o ministro da Defesa do Azerbaijão afirmou que as tropas do país tomaram inúmeras posições inimigas próximas à cidade de Talych, e que após a ofensiva os separatistas recuaram.
Nos últimos anos, o governo azeri vem utilizando as verbas obtidas com a venda do petróleo para investir em seu poderio militar. Esta semana, o país realizou uma contraofensiva em revide que classificou como ofensiva da Armênia, país vizinho que vem manifestando apoio aos separatistas de Nagorno Karabakh.
Lei marcial
Nos últimos anos, inúmeros esforços vinham sendo adotados com o intuito para dar o fim luta armada que se arrasta por décadas na região, entretanto todas as tentativas acabaram fracassando. Atualmente, o governo da Rússia é o único que mantém relações diplomáticas com os dois estados conflitantes e é considerado um mediador da região, mas tem mais afinidade com a Armênia, membro da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), uma organização militar liderada pelo governo de Moscou. Após a nova onda de conflitos, o Azerbaijão decretou lei marcial no país. O governo azeri decretou toque de recolher em todo o seu território, inclusive na capital Baku.
O presidente interino de Nagorno Karabakh, Arayik Harutyunyan, acusa a Turquia de apoiar a ofensiva do Azerbaijão sobre o seu território ao conceder helicópteros e caças F16, que auxiliaram nos bombardeios. Harutyunyan também disse que o governo turco está contratando mercenários de outros países com o intuito de auxiliar as tropas do Azerbaijão nos conflitos.