O juiz federal Sérgio Moro determinou nesta sexta-feira (11), através de um despacho assinado, a intimação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação a uma operação de busca em um cofre no Banco do Brasil. O juiz autorizou essa busca, a pedido do Ministério Público, após um documento apreendido na casa do ex-presidente se referir à 23 "caixas lacradas" que estariam guardadas no cofre de uma agência no Banco do Brasil, localizada no Centro de São Paulo.

Segundo a Polícia Federal, foram encontrados 132 objetos, como jóias, moedas e obras de arte. Esses objetos foram analisados na quinta-feira (1) pela Polícia Federal. A maioria desses presentes foram recebidos pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o mandato no Palácio do Planalto e adquiridos com as viagens dele (Lula) no exterior. Os bens estão guardados sem custo algum.

Recolhimento do material

A mulher de Lula, Marisa Letícia e o filho do casal Fábio Luiz Lula da Silva seriam os responsáveis pela guarda do material de acordo com os autos. O juiz federal paranaense pede para que sejam coletadas informações a respeito de quem pagou pelo armazenamento e como tudo aconteceu.

Respeitando a solicitação do Ministério Público Federal, Moro deu cinco dias para que o ex-presidente Lula atenda ao pedido do Ministério. Porém, o juiz não revela o teor dessa solicitação: "Não cabe, nessa fase, qualquer conclusão deste juízo acerca do resultado da busca", relatou o juiz.

OAS investigada

A OAS, empreiteira investigada na Operação Lava Jato, estaria envolvida no processo de custear o armazenamento dos bens de Luiz Inácio Lula da Silva. Conforme as investigações, foi pago pela OAS a quantia de R$ 1,3 milhão para guardar na empresa Granero, parte do acervo de Lula. Isso foi entre janeiro de 2011 e janeiro de 2016. O juiz federal Sérgio Moro também destaca, no despacho de busca e apreensão desta sexta-feira (11), que parte da mudança do ex-presidente Lula, de Brasília a São Paulo, estava depositada com terceiros.