O deputado Jair Bolsonaro (PTC-RJ) ganhou uma importante aliada no polêmico debate sobre as suas declarações no último domingo, dia 17. Durante a explanação sobre o seu voto na sessão da Câmara dos Deputados, que avaliava a admissibilidade do processo de Impeachment da presidente Dilma Rousseff, o parlamentar citou o ex-coronel do regime militar Brilhante Ustra, tido como um dos mais ferrenhos torturadores do período.

Em sua fala, Bolsonaro disse que Ustra era o “pavor de Dilma Rousseff”, já que ela esteve presa em São Paulo na época em que o militar comandava o Doi-Codi, órgão repressor, em São Paulo, entre 1970 e 1974.

Mas, para Maria Joselita Silva Brilhante Ustra, viúva do ex-coronel desde outubro de 2015, quando um câncer na próstata levou o ex-marido, Bolsonaro tem o direito de homenagear quem quiser.

“Ele foi de uma felicidade muito grande e eu fiquei bastante emocionada. Outros deputados durante o voto homenagearam terroristas como Lamarca e Marighella, que pregavam coisas como a luta armada e a divisão do país. Se eles (os deputados) puderam fazer isso, por que o Jair Bolsonaro não pode?”, criticou Maria Joselita.

Mesmo considerado pela Justiça como um torturador, Brilhante Ustra é defendido pela mulher, que alega que só há “provas testemunhais” contra ele. Cerca de 500 pessoas teriam sido torturadas pelo Doi-Codi durante a Ditadura Militar, e outras 60 mortes/desaparecimentos também foram atribuídas ao coronel Ustra.

“O Carlos Alberto jamais foi condenado pela Justiça em última instância. O processo que existe contra ele está parado. Só existem provais testemunhais. Engraçado, provas testemunhais servem para classificá-lo como um torturador, mas não para condenar os corruptos da Lava Jato”, rebate Joselita.