Este dia 1º de janeiro de 2019 foi marcado por momentos históricos, muita emoção, choro e alguns episódios conturbados.

Em sua cerimônia de posse, Jair Bolsonaro chegou a se emocionar diante de um público que gritava "mito", referência carinhosa feita por vários de seus apoiadores a ele durante a campanha eleitoral. O capitão da reserva desfilava em um carro aberto e muito emocionado acenava para todo o público.

A posse teve um esquema gigantesco de segurança e medidas restritivas de circulação de pessoas, inclusive jornalistas. Após um discurso rápido já com a faixa presidencial, Bolsonaro levantou a bandeira do Brasil e recebeu os aplausos da plateia.

Num momento de quebra de protocolo, Michelle Bolsonaro, a primeira-dama, atraiu a simpatia de todos. Ela tomou a palavra para si e surpreendeu com um discurso em Libras. Foi um gesto em direção às minorias e que chamou a atenção de muita gente.

Michelle transmitiu ao país uma mensagem de inclusão. Até mesmo a profissional que lia o texto interpretado em linguagem de sinais por Michelle chegou a se emocionar ficando com a voz embargada.

Moro ovacionado

Ao assinar a nomeação dos seus 21 ministros, o ex-juiz federal Sergio Moro, que irá chefiar os ministérios da Justiça e da Segurança Pública, foi o primeiro a ser chamado, respeitando o protocolo.

Moro foi o ministro mais aplaudido de todos. Ele foi responsável pela Operação Lava Jato, onde condenou vários políticos que se envolveram em esquemas ilícitos.

Um deles é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.

A pasta destinada ao ex-magistrado é considerada um "superministério" pelo presidente Bolsonaro. Vários órgãos ficariam subordinados a Moro como, por exemplo, a Polícia Federal e o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

Ao todo serão 22 ministros no Governo Bolsonaro, contudo, Roberto Campos Neto, que será indicado para a presidência do Banco Central, ainda precisa do aval do Congresso.

Confusões

Alguns jornalistas ficaram revoltados com algumas restrições e chegaram até mesmo a abandonar a cerimônia de posse.

Os repórteres foram obrigados a chegar às 11h ao Ministério das Relações Exteriores. No entanto, apenas às 19h eles poderiam realizar os seus trabalhos. O lugar que ficaram era muito pequeno e alguns deles acabaram desistindo e indo embora.

Além disso, jornalistas também foram alvos de xingamentos por centenas de pessoas. A imprensa foi hostilizada. As palavras de ordem que eles proferiram eram, por exemplo: "Globo lixo" e "Folha lixo". Isso porque Bolsonaro criticou bastante esses veículos de informação que, segundo o presidente, lançaram notícias falsas durante sua campanha.