O Ministério Público Federal (MPF) fez solicitação para a interrogação de Paulo Vieira de Souza, popularmente conhecido no meio político como Paulo Preto, a respeito de textos escritos durante a realização do primeiro mandado de prisão contra o ex-diretor da Dersa e operador do PSDB.
Vale ressaltar que, de acordo com as investigações do Ministério Público Federal, as cartas apreendidas e analisadas pela Justiça se referem à menção de parentes e familiares, em relação ao incentivo para que Paulo Preto possa aceitar um acordo de colaboração premiada juntamente à força-tarefa da Operação Lava Jato, como também citações relacionadas a um suposto envolvimento do ex-chanceler brasileiro e ex-senador, Aloysio Nunes Ferreira, do PSDB de São Paulo.
Investigação de obras superfaturadas em São Paulo
O ex-diretor da Dersa é investigado pelo Ministério Público Federal pela realização de obras que teriam sido alvos de contratos fraudulentos, como por exemplo, desvios na construção do Rodoanel em São Paulo. A força-tarefa de investigações da Operação Lava Jato apura o conteúdo de documentos encontrados na residência de Paulo Preto. Dentre os materiais apreendidos pela força-tarefa, está uma espécie de "diário de prisão". Além disso, foram encontradas cartas provenientes de familiares que estariam relatando nomes cifrados.
Os procuradores federais do MPF solicitaram à Justiça, na última quarta-feira (27), que o ex-diretor seja interrogado com o intuito de elucidar o significado das anotações encontradas em sua casa.
Vale lembrar que Paulo Vieira de Souza havia sido diretor da Dersa, que é uma empresa estatal responsável pela construção e manutenção de rodovias paulistas, durante o período compreendido entre 2005 e 2010. As obras teriam sido realizadas durante as gestões de Geraldo Alckmin e José Serra, ambos do PSDB paulista.
Entretanto, embora Paulo Preto tenha sido preso por duas vezes durante o ano de 2018, ele conseguiu liminares de soltura expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.
Por meio de uma dessas situações, é que Paulo Preto ficou preso na penitenciária paulista, localizada na cidade de Tremembé, período em que o ex-diretor teria escrito as cartas apreendidas.
Porém, no último dia 19 de fevereiro deste ano, Paulo Preto voltou a ser preso no âmbito das investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. A força-tarefa desencadeou a 60ª fase da operação de combate à Corrupção.