A deflagração da 60ª fase da Operação Lava Jato, nesta terça-feira (19), acarretou a prisão do ex-diretor da Dersa (Departamento de Estradas e Rodagens) e suposto operador ligado ao PSDB, Paulo Vieira de Souza, conhecido popularmente como Paulo Preto. A força-tarefa também prendeu o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Braga de Andrade.

Após a concretização de mandados de busca e apreensão, o procurador da República e coordenador da Operação Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallganol, manifestou-se em seu perfil no Twitter a respeito das prisões.

Deltan Dallagnol menciona o ministro Gilmar Mendes

O procurador Deltan Dallagnol, ao se referir à possibilidade de que Paulo Preto seja solto por meio de uma suposta decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, verificou que haveriam comentários sobre uma possível ação de Mendes para liberar Paulo Preto, através de alguma liminar jurídica, entretanto, isso seria impossível, de acordo com a lei.

Nesse caso específico que envolve a prisão de Paulo Preto, Deltan Dallagnol salientou que o relator da ação na Suprema Corte brasileira é o ministro Luiz Edson Fachin.

No entanto, a ex-coordenadora da Operação Lava Jato em São Paulo, Thaméa Danelon, afirmou que o ministro Gilmar Mendes poderia tomar alguma atitude e afirmar que ele seria o juiz prevento de todos os casos relacionados em que possam envolver a situação de Paulo Preto.

Ao retuitar em resposta à coordenadora da força-tarefa em São Paulo, Dallagnol acrescentou que isso não pode acontecer porque é algo fora de direito. Vale lembrar que a Operação Lava Jato conseguiu afastar, mesmo que a princípio, o que investigadores sempre haviam considerados um problema quando o assunto envolvia governos tucanos em São Paulo: a relatoria do ministro Gilmar Mendes.

Todos os recursos sempre passavam por ele e decisões monocráticas eram proferidas. As investigações acabavam ficando interrompidas com as ações do ministro na Corte.

O caso envolvendo a prisão de Paulo Vieira de Souza traz a argumentação da Lava Jato de que o suposto operador do PSDB teria repassado a ex-diretores e ex-gerentes da maior estatal brasileira, a Petrobras, o que se trataria de eventuais desvios de dinheiro público.