O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, nomeou a ex-delegada da Polícia Federal Érika Marena como conselheira no Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). Marena ficou conhecida como a "mãe da Lava Jato" logo quando tiveram início as investigações que envolvem grandes crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no Brasil. Marena também foi a responsável por solicitar a prisão do ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Carlos Cancellier, que se matou em 2017.
Segundo informações da coluna Mercado Aberto, da Folha de S.Paulo, a nomeação de Erika Marena no Coaf indica que mudanças poderão ocorrer na gestão.
Advogados entendem que Marena é tecnicamente qualificada para ocupar o cargo, no entanto surge a sinalização de que o órgão poderá se tornar um "braço direito" da Polícia Federal.
Érika Marena é chefe de um dos departamento do Ministério da Justiça. Segundo o setor, a ex-delegada tem experiência na área de recuperação de ativos e de investigações relacionadas a crimes financeiros.
Segundo a Folha, uma tributarista acredita que a nomeação de Marena poderá fazer com que o Coaf passe a investigar e diminuir então a capacidade de produzir relatórios de inteligência. O Coaf é um órgão que não precisa da autorização judicial para poder investigar uma movimentação de caráter financeiro.
A "mãe da Lava Jato" assume o cargo de Camila Colares Bezerra, da Controladoria-Geral da União.
Érika Marena na Lava Jato
A ex-delegada da PF foi quem escolheu o nome "Lava Jato" para a maior operação anticorrupção do Brasil. Então, Marena é vista como a "mãe" das investigações. No final de 2016, a ex-delegada saiu do cargo para trabalhar na superintendência da Polícia Federal em Santa Catarina. Dessa forma, passou a assumir a área de desvios de verbas públicas e combate à corrupção.
Consequentemente, solicitou a prisão do ex-reitor da UFSC.
No cinema, Marena inspirou a personagem Bia, interpretada pela atriz Flávia Alessandra no filme "Polícia Federal: A Lei É para Todos". Posteriormente, Marena também inspirou a personagem Verena Cardoni, na série "Mecanismo", produção da Netflix.
Além do mais, em entrevista concebida ao portal G1, em 2016, Marena mostrou-se uma das defensoras do fim do foro privilegiado.
Na Polícia Federal, Érika Marena foi nome forte, sendo o primeiro nome da lista tríplice da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), a fim de assumir a diretoria-geral da Polícia Federal.