Nesta última quinta-feira (7), o jurista Modesto Carvalhosa avisou que vai ao Senado Federal para entrar com pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. O objetivo do jurista também é incrementar ao pedido informações referentes às investigações da Operação Lava Jato. Elas apontaram que o ex-ministro Aloysio Nunes teria atuado junto ao magistrado em interesse próprio e do ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto.

Modesto Carvalhosa, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, disse que o documento pedindo o impeachment conta com 100 páginas e também é subscrito pelo advogado Luís Carlos Crema e pelo desembargador aposentado Laércio Laurelli, que atuava no Tribunal de Justiça de São Paulo.

Carvalhosa evidenciou que o pedido seria levado ao Senado apenas na próxima semana, porém fatos relevantes aconteceram e a causa foi adiada.

Os fatos novos que o jurista se refere são sobre a relação de Gilmar Mendes com investigados da Lava Jato. Os procuradores da força-tarefa evidenciaram conversas que mostram Aloysio Nunes interferindo no pedido de habeas corpus que favoreceu Paulo Preto, através de contato pessoal e direto com Gilmar Mendes. No dia 13 de fevereiro, Gilmar acatou habeas corpus da defesa de Paulo Preto.

O Ministério Público Federal enviou para a procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, pedido de suspeição do ministro no caso.

Segundo Modesto Carvalhosa, o caso é um fato extremamente grave e deve ser acrescentado no pedido de impeachment contra Mendes.

Além do mais, Carvalhosa frisou que Mendes não tem condições algumas de continuar atuando no Supremo, pois a situação é de constrangimento. Modesto cita que o ministro recebeu ligação de investigados e depois ligou de volta. O jurista defende que a atitude é de promiscuidade perante réus e investigados.

Nas redes sociais, direita pede impeachment

Nesta última quinta (7), perfis de direita nas redes sociais pediram o impeachment de Gilmar Mendes devido ao suposto elo com investigados apontado pela força-tarefa da Lava Jato. A hashtag "#ImpeachmentGilmarMendes" se tornou o assunto mais comentado do Twitter.

Entre algumas publicações, uma pessoa citou que a atuação de Gilmar Mendes no caso Paulo Preto seria a "ponta do Iceberg".

Outros internautas disseram que o ministro deveria estar fora do Supremo há muito tempo. Segundo a Folha, essa não é a primeira vez que ocorreu um pedido de impeachment contra o ministro do Supremo. Em 2017, houve abaixo-assinado com mais de 500 mil assinaturas defendendo o afastamento do ministro.