O Ministério Público Federal (MPF) se atenta a divergências em laudos de sanidade mental do agressor de Bolsonaro, Adélio Bispo. Os laudos, entretanto, não foram divulgados, pois estão sob segredo de Justiça. Marcelo Medina, procurador do caso, segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, disse que as contradições apresentadas ainda não foram explicadas. Peritos judiciais foram os responsáveis pela elaboração dos laudos.
No momento, o processo contra Adélio Bispo encontra-se suspenso até que seja apurada a real condição mental do agressor. A defesa de Adélio apresentou laudo realizado particularmente.
Em seguida, o caso motivou a Justiça para uma nova avaliação, agora de caráter oficial.
O segundo laudo foi realizado através de um psicólogo, servindo de base para o terceiro laudo considerado definitivo e realizado por peritos judiciais nomeados e que são psiquiatras. Entretanto, o procurador Medina esclarece que as divergências estão presentes nos últimos dois laudos: o laudo psicológico e o laudo psiquiátrico.
Segundo a Folha, um dos documentos diz que Adélio apresenta "transtorno delirante permanente paranoide". No entanto, o grau de insanidade se difere com o laudo apresentado pela defesa do agressor. O MPF aguarda novos esclarecimentos sobre o caso após pedido no último dia 22.
Manicômio judiciário
O conteúdo dos laudos de sanidade mental de Adélio podem torná-lo inimputável e sua pena passar a ser cumprida em manicômio judiciário. O procurador do caso esclarece que, apesar da possibilidade de sanidade mental ser criticada por muitas defesas, isso não significa que será benéfico ao réu. Adélio Bispo poderá passar o resto de sua vida no manicômio com outros detentos com problemas mentais.
No Brasil, os manicômios apresentam más condições de utilização.
Crime contra Bolsonaro
Investigações apontam que Adélio agiu sozinho no atentado contra Jair Bolsonaro, em setembro do ano passado. O presidente estava em campanha eleitoral e foi alvo de uma facada na região abdominal. Segundo Adélio, ele tentou matar Bolsonaro por razões políticas e também por "ordem divina".
Bolsonaro acabou vencendo as eleições para presidente.
No último dia 25, o presidente se reuniu com autoridades no Palácio do Planalto, como informou a revista Época. Segundo a fonte, Bolsonaro estaria preocupado com a possibilidade de confirmação da insanidade mental de Adélio.