Nesta última quarta-feira (27), a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, ficou apreensiva devido à declaração do ministro de que poderia deixar o cargo no Governo. A audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado foi marcada por momentos de angústia. As informações são da coluna Painel, da Folha de S.Paulo.
Auxiliares entenderam que o ministro decidiu avisar de forma pública a possibilidade de deixar o cargo no governo Bolsonaro. Segundo a Folha, as falas de Guedes têm como destinatário principal o próprio presidente da República.
Nesta última quarta, o ministro não escondeu a insatisfação de como está tramitando as tentativas de aprovação da reforma da Previdência. Um dos pontos que mais chamaram atenção foi quando o líder do PSL no Senado decidiu criticar a proposta.
Conforme noticia o portal UOL, Guedes enfatizou que poderia sair do governo caso a reforma não seja aprovada. Entretanto, ressaltou que não iria abandonar o posto na "primeira derrota". Guedes explicou que não tem "apego ao cargo" e que está naquele posto para servir aos deputados e senadores através de propostas. No entanto, se suas ideias não são aceitas, ele poderá abandonar sua posição, pois não irá obstaculizar o trabalho dos parlamentares.
Troca de farpas entre Bolsonaro e Maia
A relação entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e Jair Bolsonaro não está das melhores. Os dois trocam farpas e provocam uma grande crise entre Poderes. Recentemente, Bolsonaro disse que Maia está preocupado com questões pessoais. Em rebate, Rodrigo Maia avaliou que o presidente estaria "brincando de governar".
Contudo, o mercado financeiro reage à situação de crise no Brasil. Ontem, o mercado sinalizou que os atritos entre Maia e Bolsonaro mostram relevância no mercado, afetando importantes índices. Na última quarta, a Ibovespa caiu 3,57%, chegando na casa dos 91 mil pontos.
A queda da Ibovespa foi a segunda maior, ultrapassando a queda que ocorreu na época da greve dos caminhoneiros, em que o dólar se manteve 2,24% em alta.
Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, o mercado começou a reagir após a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que visou a obrigação do governo em aprovar todos os investimentos que estão estabelecidos no Orçamento. Conforme posicionamento dos investidores, a aprovação da PEC mostrou fortalecimento dos deputados e, consequentemente, enfraquecimento do governo.