Conforme informações da revista Veja e matéria divulgada pela Folha de S.Paulo, o Supremo Tribunal Federal (STF) entrou em alerta, nesta quinta-feira (21), após rumores de que um depoimento à Justiça possa atingir, embora indiretamente, um dos ministros do tribunal.

A notícia divulgada em primeira-mão na revista Veja, revelou que há informações contundentes em um dos trechos da delação premiada do empresário Jacob Barata. Ele é conhecido como "O rei do ônibus" no Rio de Janeiro. Segundo a matéria, um ex-assessor do ministro Luiz Fux teria agido nos bastidores para influenciar uma decisão judicial em troca de propina milionária.

No trecho da delação premiada, Jacob Barata afirmou que, em 2011, ouviu do presidente do conselho da Fetranspor, José Carlos Lavouras, de que precisava retirar um dinheiro para encaminhar a um assessor de um ministro. De acordo com o que Barata teria ouvido, seria a forma de influenciar uma decisão judicial. Lavouras, atualmente, está morando em Portugal.

O assessor que teria recebido essa suposta fortuna é José Antonio Nicolao Salvador. O ministro Luiz Fux afirmou à revista, em 2016, que o funcionário havia sido demitido em razão de exibir um padrão de vida que não seria compatível com o salário que recebia. O assessor negou qualquer irregularidade envolvendo o seu nome, na época.

Atrito entre procuradores e ministros

Conforme matéria da Veja, o atrito entre procuradores da República e ministros do Supremo pode aumentar ainda mais a temperatura. A princípio, os dizeres de Jacob Barata não traziam muitos detalhes, mas ao ser informado sobre esse ex-assessor de Fux, procuradores podem ter visto o momento de atingir o STF.

Para conseguir o acordo de delação premiada, advogados de Barata juntaram várias provas e conteúdos que mostravam subornos para várias agentes públicos.

Os negociadores com o Ministério Público disseram que os procuradores não queriam nomes comuns, mas que atingisse cargos altos, no caso, do próprio Judiciário. Segundo a reportagem, a intenção seria alcançar algum tipo de esquema irregular envolvendo Gilmar Mendes, já que ele foi padrinho de uma das filhas de Barata e já conseguiu três habeas corpus ao empresário.

CPI Lava Toga

O Supremo também está sendo alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), conhecida como Lava Toga. O senador Alessandro Vieira (PPS-SE) conseguiu as assinaturas necessárias para abrir os procedimentos da CPI. Entretanto, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, resiste a essa ideia de abrir a CPI, já que, segundo ele, pode haver conflito entre os Poderes e complicar a situação atual do país.