O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, disse nesta última sexta-feira (15), em entrevista ao Jornal O Estado de S.Paulo, que a tecnologia visa destruir a honra da Corte. Suas falas foram ditas após o anúncio do início de inquérito que visa investigações de notícias falsas, as chamadas "fake news", e supostas ofensas e denúncias contra ministros da Corte.
Recentemente, os ministros do Supremo foram alvos de ataques vindos das redes sociais e também críticas de procuradores da força-tarefa das investigações da Operação Lava Jato.
Dias Toffoli caracterizou os ataques como uma forma de "assassinar a reputação" dos ministros da Corte. Além do mais, o ministro frisou que os atos podem estar sendo financiados por alguém. Dessa forma, enfatiza que tudo deve ser apurado e ocorrer punição no "maior grau possível". Contudo, o ministro relatou que os ataques atingem várias instituições e essa onda 'epidêmica' deve ser combatida a todo o custo.
Neste sábado (16), Toffoli se encontrará em um almoço com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre e o presidente do República, Jair Bolsonaro. O tema sobre os ataques será debatido durante o encontro. Outros pontos que o almoço deverá esclarecer é a firmação do pacto entre os poderes para que temas como a Reforma da Previdência e a Tributária sejam aprovados.
Conforme informações do portal "Estadão", a Corte está em atenção por conta de correntes enviadas por meio de aplicativos como o WhatsApp e o Facebook, que ocorrem em um momento tenso da política brasileira. Além da pressão nas redes sociais, outra questão que causa preocupação no Supremo é com a possibilidade da instalação da CPI Lava Toga que circula no Senado.
A CPI visa investigar excessos em tribunais superiores.
'Atentados ao estado democrático de direito'
Segundo Toffoli, os ataques às instituições são atentados que tentam perturbar o Estado democrático de direito, e acabam até vitimizando a imprensa séria. Toffoli alegou que o Judiciário independente e a imprensa livre são fundamentais para exercer a base da democracia.
Quem também comentou o caso foi o ministro Gilmar Mendes, que disse que há "milícias digitais" e que é necessário a melhora no sistema de defesa a fim de evitar ataques. Um ponto levantado pela Corte é de que haveria um movimento internacional que estaria tentando desestabilizar o Brasil, promovendo agressões através das redes sociais.