Nesta última segunda-feira, 1° de abril, o procurador da República e coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, esteve em evento promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo. Ao lado do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), Dallagnol debateu sobre o tema Corrupção e defendeu o pacote de medidas anticrime proposto por Moro.
O evento foi batizado de “Estadão Discute Corrupção” e ocorreu na sede do jornal, na capital paulissta, em parceria do Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP).
Deltan Dallagnol explicou que para que as investigações continuem avançando são necessárias reformas no âmbito político. Dessa forma, ele defendeu o pacote anticrime de Moro, afirmando que novas alternativas devem ser colocadas para a boa continuação das investigações da Operação Lava Jato. O contrário disso, segundo Dallagnol, pode significar o retrocesso. O procurador deixa claro que há a possibilidade do "triunfo do retrocesso" e ainda disse que a "corrupção sempre contra-ataca".
Como coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Dallagnol enfatizou que devem ser levados em conta os avanços da operação, mesmo na observância das dificuldades e desafios da Lava Jato. Ele declara que um dos grandes avanços das investigações foi o diagnóstico da corrupção brasileira. Dessa forma, ressaltou que sem a renovação política tudo tende a desmoronar. Dallagnol explicou que o sistema Judiciário não se sobrepõe ao sistema político, por isso a necessidade de reformas.
Moro não está pessimista no combate a corrupção
O ministro da Justiça disse que durante seu turno no governo esforços no combate à corrupção não serão perdidos. Moro disse que há razões para deixá-lo em alerta, mas ele não está nem um pouco pessimista.
Contudo, enfatizou a necessidade de auxílio para que o sistema seja aprimorado. Moro visa a necessidade de alterações na lei sugerindo então o projeto anticrime e também a reformulação de práticas políticas.
Ainda no evento do jornal, Moro também frisou sobre a recente decisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em enviar crimes comuns para serem julgados na Justiça Eleitoral. Moro disse que, em sua opinião, a Justiça Eleitoral é boa no momento das eleições, porém não serve para julgar crimes comuns. Ontem, Moro disse ao Estadão que não há estrutura na Justiça Eleitoral para tratar de crimes complexos.