O ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, foi questionado por jornalistas, ao sair do hotel onde está hospedado em Israel, sobre o motivo que fez com que Jair Bolsonaro não passasse pelo território palestino nesta viagem internacional a Israel. Os repórteres citaram que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva agiu diferente e foi para o outro lado quando esteve na região. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Demonstrando irritação, o general afirmou que não se pode comparar Lula com Bolsonaro: "não comparem coisas heterogêneas".
O ministro disse que ao combinar a viagem para israel, nem se pensou em visitar o território palestino. Segundo ele, isso não seria um desequilíbrio e deu como exemplo a viagem do presidente ao Chile, onde, de acordo com ele, não é porque a comitiva passou pelo Chile que deveria ir até a Argentina. Isso pode acontecer em um outro momento, destacou o general.
Irritado, ele afirmou que a intenção é fazerem ilações desnecessárias e frisou que um chefe de Estado não pode ficar por muito tempo fora do país, em decorrência dos compromissos que tem.
O ministro evitou entrar no assunto sobre possíveis retaliações de países árabes aos produtos brasileiros, como a carne de frango, por exemplo, após essa aproximação com Israel.
De acordo com o ministro, a visita à Israel não significa que o Brasil está se distanciando da comunidade árabe. Contudo, reiterou que esse assunto não lhe cabia responder, pois era de responsabilidade do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e do presidente Jair Bolsonaro.
Insatisfações
Segundo informou o portal G1, Bolsonaro teria deixado insatisfeitos o presidente de Israel, Benjamin Netanyahu, e as autoridades da Palestina.
O mandatário brasileiro recuou da decisão de mudar a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, irritando o Governo israelense. Ao mesmo tempo, Bolsonaro anunciou um escritório de representação em Jerusalém, causando desconforto para os palestinos.
Conforme publicado pelo The Jerusalem Post e confirmado pela reportagem do Globo, através do embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, as autoridades palestinas condenaram a atitude de Bolsonaro.
Bolsonaro se manifesta
Conforme informações da Folha de S.Paulo, Bolsonaro afirmou, nesta segunda-feira (1º), ao sair de um almoço em um hotel em Israel, que é um direito dos palestinos reclamarem da sua intenção de mudar a embaixada brasileira dentro de Israel. Contudo, o presidente afirmou que pretende fazer isso até o final do seu mandato.