Durante o último final de semana, o vice-presidente do Brasil, general Hamilton Mourão, fez o discurso de encerramento do evento "Brazil Conference", realizado na Universidade Harvard, em Cambridge (EUA).

A conferência foi organizada por estudantes universitários brasileiros da própria universidade e também do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). O propósito da palestra foi discutir os cem primeiros dias do atual Governo de Jair Bolsonaro.

No auditório com 500 lugares estavam autoridades como Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil, e o atual presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Tóffoli.

Também assistiram à palestra os governadores do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, Wilson Witzel e Romeu Zema, respectivamente.

Um dos pontos altos do evento foi uma resposta do general ao interlocutor da palestra. Quando questionado sobre as semelhanças e diferenças entre a ditadura militar e o atual governo, Mourão defendeu que Geisel não foi eleito, assim como ele foi.

Nesse momento, o atual vice-presidente do país foi aclamado pelos jovens presentes que concederam uma salva de palmas ao general. Em seguida, ele explicou que o legado do penúltimo presidente da ditadura, Ernesto Geisel, não se aplicaria a ele uma vez que, embora dois militares estejam eleitos como chefe de Estado, as Forças Armadas continuam exercendo suas atividades nos quartéis.

Para complementar, reforçou que sua chapa no governo carrega os princípios da formação militar e que diversos oficiais em seu quadro estão na reserva da Força. Nesse sentido, ele defende que não podem haver erros durante o governo, já que estes podem ser associados ao Exército como instituição, segundo Mourão. No momento, 7 pessoas com carreira nas Forças Armadas estão presentes no gabinete dos ministérios.

Em determinado momento, o entrevistador perguntou ao vice-presidente quais medidas tomariam se fosse ele o presidente. Mourão, no entanto, resguardou-se e admitiu apoiar integralmente as decisões de Jair Bolsonaro. Contudo, pontuou que escolheria outras pessoas para trabalhar em seu governo.

Projetos para o futuro

Diante da total parceria revelada pelo general, Mourão foi novamente aplaudido de pé pela plateia lotada.

Naquela oportunidade, também discutiu sobre as metas do governo para os próximos anos, destacando mudar o futuro como objetivo principal.

O general contou que ele e Bolsonaro estão trabalhando em conjunto para as próximas gerações --e não para próximas eleições. Para Mourão, a suprema arte de um governo são as mudanças futuras.

Entre os tópicos que debateu estavam: a reforma da Previdência e o pacote anticrime, já enviados ao Congresso, além da redução de pastas nos ministérios e também o fim da distribuição de cargos em troca de apoio político.

O general pontuou algumas medidas que o atual governo pretende tomar, como a redução da maioridade penal e o endurecimento do cumprimento de penas por criminosos, bem como a reestruturação do sistema prisional.

Mourão encerrou sua aclamada participação no evento "Brazil Conference" e seguiu para a cidade Washington, capital dos EUA. Em sua agenda nesta segunda-feira (8) estão, entre outros compromissos, um encontro com o vice-presidente norte-americano, Mike Pence.