Na noite desta quinta-feira (11), a Petrobras cancelou o aumento no preço do diesel nas refinarias. O aumento tinha sido anunciado no mesmo dia um pouco mais cedo. A petrolífera, entretanto, desistiu da sua decisão após uma determinação de Jair Bolsonaro. De acordo com a Petrobras, o aumento pode ser adiado por mais algum tempo, uma vez que há margem para tal, de modo que o cancelamento se faz justificado por esse argumento.
Na tarde desta quinta-feira, a companhia petrolífera chegou a comunicar que o combustível em questão, nas refinarias, subiria 5,74%. Isso representaria um aumento no preço (de R$ 2,14 para R$ 2,63). Porém, após esse anúncio, Bolsonaro determinou que os preços deveriam ser revisados e a decisão do aumento foi revogada.
Onyx Lorenzoni, atual ministro da Casa Civil, apontou que o diesel é um combustível importante para o transporte de carga e para os caminhoneiros. Desse modo, o Governo Federal não tem intenção de desagradar a categoria profissional mencionada, uma vez que, em maio de 2018, os caminhoneiros foram responsáveis por bloqueios em diversas rodovias brasileiras.
Na ocasião, eles protestavam contra o alto preço do diesel. Essas manifestações, por sua vez, acarretaram em uma série de problemas no que tange ao abastecimento. Todos os fatores supracitados fizeram com que Onyx Lorenzoni ressaltasse que o aumento do preço do diesel representaria um “solavanco” na economia brasileira.
Após o recuo, uma tabela disponível no site da Petrobras mostra que o preço do diesel permanecerá em R$ 2,14, o mesmo desde o dia 22 de março.
Reajustes
No dia 26 de março, foi anunciado pela Petrobras que os preços do combustível diesel passariam por reajustes periódicos. Entretanto, esses períodos não seriam inferiores ao prazo de 15 dias. Esse anúncio representou um abandono do formato antigo, datado de 3 de julho de 2017, segundo o qual os reajustes poderiam ocorrer em períodos menores.
Porém, no fim do ano passado, o Governo decretou o encerramento do programa de subsídios que havia sido lançado logo após o encerramento da greve dos caminhoneiros. Tal proposta havia sido criada em resposta ao movimento grevista.
Para tentar colocar fim à greve dos caminhoneiros, o Governo Federal havia prometido um desconto de dois meses no preço do combustível e, depois do fim desse período, os reajustes referentes ao diesel deveriam ocorrer mensalmente. De acordo com o ex-presidente Michel Temer, o objetivo dessa medida era dar mais estabilidade aos caminhoneiros.