O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, deu uma declaração em que chamou o presidente brasileiro Jair Bolsonaro de "homem perigoso" e fez um agradecimento ao Museu de Historia Natural que se recusou a recepcionar um jantar que homenageará o presidente. O prefeito afirmou em uma publicação em seu Twitter na última terça-feira (16) que considera Bolsonaro um "dangerous man" (homem perigoso, em tradução livre), pelo seu "racismo evidente" e sua homofobia, além de suas decisões "detrutivas", que podem ter "um impacto devastador no futuro do nosso planeta".

Ele ainda completou dizendo que, para o bem da cidade, ele agradece o ato do Museu de História Natural de não prosseguir com o evento que iria homenagear Bolsonaro.

A celebração que seria realizada no museu foi organizada pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. Ele foi eleito pela Câmara em questão como Pessoa do Ano e esta seria a homenagem que receberia durante o jantar que foi cancelado.

Museu se pronuncia sobre cancelamento

A respeito do cancelamento, o museu se pronunciou na última segunda-feira (15), dizendo que, em respeito ao trabalho e objetivos da organização do museu, era preciso que o evento fosse cancelado por não se tratar de uma locação ideal para que o jantar promovido pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos fosse realizado.

Ainda informou que o evento seria realocado para outro ambiente, e que a data e o horário original determinados anteriormente seriam mantidos no novo local.

A cerimônia onde Bolsonaro será homenageado está marcada para ocorrer no dia 14 de maio. O prêmio se trata de uma escolha da Câmera de Comércio, que todos os anos escolhe duas pessoas para obter esta honra. Entre os dois escolhidos sempre estão um brasileiro e um americano. A premiação ocorre todo ano, diante de cerca de mil pessoas, e o preço das entradas para o evento é de US$ 30 mil. O nome do outro homenageado, juntamente de Jair Bolsonaro, ainda não foi divulgado pela organização.

Antes que o museu realocasse o evento, o prefeito da cidade, Blasio, pediu, na sexta-feira (12), para que o presidente brasileiro não fosse recebido por eles.

Ele declarou em entrevista à WNYC que a homenagem vai além de uma ironia, e se trata de uma grande contradição.

O assessor da Presidência do Brasil para assuntos internacionais, Filipe Martins, reagiu às críticas do prefeito de Nova York de forma ofensiva, e disse que o prefeito Blasio criticar o presidente brasileiro não é uma surpresa, e expôs fatos que supostamente justificariam o teor das críticas, como o fato de Bill ter colaborado com a Revolução Sandinista e por considerar a URSS um exemplo a ser seguido. E relembrou um comício feito por ele em um monumento dedicado a Gramsci, no Bronx. As críticas feitas pelo assessor da Presidência foram expostas também em suas redes sociais.

A Câmara comunicou ainda em fevereiro que a escolha de Bolsonaro como pessoa do ano se deu pelo fato de que reconhecem que seu esforço em criar laços comerciais e diplomáticos entre o Brasil e os Estados Unidos.