Na manhã desta quinta-feira (16), o presidente Jair Messias Bolsonaro saiu em defesa de seu filho Flávio, que está sendo investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.

Segundo investigações do MP do Rio, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) é suspeito de ter pego uma parte do salário dos seus funcionários, no período em que exercia o mandato de deputado estadual no Rio de Janeiro.

As investigações do MP partem de pistas fornecidas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que apontam possíveis irregularidades financeiras de Flávio Bolsonaro.

Segundo o presidente da República, essas investigações e a quebra de sigilo de seu filho têm como objetivo derrubá-lo. “Agora estão fazendo esculacho em cima do meu filho. Querem me atingir? Venham para cima de mim!”, disparou o presidente na manhã desta quinta-feira (16), durante viagem a Dallas, nos Estados Unidos.

Ainda em sua fala, o presidente afirmou que não vão pegá-lo e chamou de perseguição a decisão da quebra de sigilo de seu filho.

Bolsonaro concorda com Flávio e afirma que a quebra de sigilo foi feita ilegalmente, e comparou a investigação com a Operação da Lava-Jato, no que diz respeito ao alcance e ao número grande de pessoas que tiveram o sigilo quebrado. “Vai fundo, vai fundo.

Isso aí é ilegalidade. Eu não sou advogado, (mas parece) nulidade de processo”, afirmou o presidente.

O MP indicou indícios de que podia existir uma organização criminosa no gabinete de Flávio, quando ele era deputado do Rio. Por consequência disso, foi solicitado para que a Justiça do Rio quebrasse os sigilos bancário e fiscal do filho do presidente e de mais 85 pessoas e nove empresas.

Bolsonaro faz críticas à mídia

Além de criticar a suposta perseguição contra seu filho, Bolsonaro mostrou-se descontente com a imprensa pelo fato da divulgação do andamento das investigações. Segundo ele, há alguns setores da mídia que não gostam da forma como ele tem governado. Em sua fala, ele caracterizou seu Governo como austero e responsável com o dinheiro público, e assegurou que não cederia em trocas de favores ou negociações.

Para ele, essas características em seu governo podem não estar agradando a todos os setores da mídia.

Bolsonaro disse ainda que desde o início de seu mandato tem percebido uma forte perseguição da mídia. Ele citou o exemplo do caso de sua ex-mulher Ana Cristina Valle, da qual se separou há 11 anos, que, segundo ele, também teve o sigilo quebrado. Para o presidente, têm pessoas atrás dele e de sua família.

Bolsonaro questionou qual seria a relevância de tal situação e falou que não havia necessidade dessas quebras de sigilo. Ele classificou o episódio de “escandaloso”.