Nesta terça-feira (10), o presidente da República Jair Bolsonaro chamou a ativista sueca Greta Thunberg de "pirralha".

Bolsonaro teceu crítica à ativista no momento em que jornalistas o questionaram sobre a morte de dois indígenas da etnia Guajajara durante um atentado ocorrido no Maranhão no sábado (7).

Durante a crítica feita a Greta, Bolsonaro solicitou ajuda aos jornalistas para recordar o nome da sueca e falou sobre o espaço que a imprensa tem dado às afirmações dela.

O presidente disse que Greta já comentou que os índios morreram porque estavam defendendo a Amazônia.

Em seguida, Bolsonaro chamou a ativista de "pirralha". "É impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessa aí. Pirralha", disse.

O presidente declarou ainda que qualquer morte preocupa e garantiu que o Governo almeja cumprir o que consta na lei, mantendo-se contra as queimadas ilegais e desmatamento que têm assolado a Amazônia.

Greta Thunberg comenta morte de indígenas

No sábado (7), Greta compartilhou uma publicação em sua conta no Twitter na qual continha um vídeo sobre os indígenas brasileiros que foram mortos assassinados. A ativista escreveu que os indígenas estavam morrendo tentando proteger a Amazônia do desmatamento ilegal.

Greta voltou a falar sobre a morte dos indígenas durante uma cúpula da ONU, nesta segunda-feira (9), e afirmou que os direitos desses povos estavam sendo violados não só no Brasil, mas em todo o mundo.

"E eles também estão entre os mais atingidos, e mais rapidamente, pela emergência climática e ambiental", completou a ativista.

Após a declaração de Bolsonaro, Greta alterou a sua descrição biográfica de sua conta no Twitter para "Pirralha".

A ativista de 16 anos foi diagnosticada com Asperger, um tipo de autismo, aos 11 anos.

Começou a realizar protestos em prol do meio ambiente desde a infância, quando passou até mesmo a faltar às aulas para realizar protestos em frente ao parlamento da Suécia, e neste ano, Greta fez questão de participar da conferência sobre o clima realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Dois índios morrem durante atentado no Maranhão

No sábado (7), dois índios Guajajara foram assassinados em um atentado ocorrido em Jenipapo dos Vieiras, município localizado a 506 quilômetros de São Luís.

A informação das mortes dos indígenas Raimundo Bernice Guajajara e Firmino Silvino Guajajara foi confirmada pela Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular e pela Fundação Nacional do Índio (Funai).

Além das duas vítimas fatais, outras duas ficaram feridas durante o atentado. As vítimas foram socorridas e levadas para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Jenipapo dos Vieiras.