O pai de um aluno de uma escola municipal da cidade de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, registrou nesta sexta-feira (24), um boletim de ocorrência após o filho, de 12 anos, ter sido impedido de frequentar as aulas de História. O motivo seria que, durante um debate, o adolescente teria defendido o presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Por volta das 16 horas desta sexta, o adolescente conversava com uma colega na escola na Cemei Eduardo Romualdo de Souza. A menina disse que o Brasil era melhor na época em que era governado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), e o garoto rebateu dizendo que o atual governo tinha apenas cinco meses e, por conta disso, ainda não poderia ser cobrado.
O professor ouviu o relato, intrometeu-se na conversa e pediu para que a menina mandasse o colega calar a boca.
O professor ainda seguiu com o assunto durante a aula, perguntando se os demais alunos da turma concordavam com o que a menina tinha dito, isto é, que o Brasil era melhor na época em que estava nas mãos do Partido dos Trabalhadores. Após o isso, o professor ainda teria dito que o garoto, só por citar o nome de Bolsonaro, estaria impedido de participar das próximas aulas. “Espero que ele seja afastado das suas funções", esbravejou o homem. "E que vá para Cuba ou Venezuela”, disse o pai do garoto, que entregou o Boletim de Ocorrência para Felipe Miguel, secretário de educação da cidade.
A Secretaria de Educação disse que irá apurar o caso e que serão tomadas todas as providências para que o estudante tenha seus direitos preservados. O Sindicato dos Servidores Municipais da cidade também foi questionado a respeito do assunto, e disse que ainda não conseguiu falar com o docente, e que também busca mais informações sobre os fatos.
Professor já trabalhou para o PT
A reportagem do portal UOL tentou contato com o professor, mas ele não foi localizado. Por meio de checagem nas redes socais, o portal apurou que ele teria sido funcionário do Partido dos Trabalhadores, e que, nos anos 90, foi assessor do ex-ministro Antonio Palocci Filho na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).
Presidente publicou vídeo de professora
No final do mês passado o presidente Jair Bolsonaro publicou um vídeo gravado por uma aluna em sala de aula, o qual mostra uma professora fazendo duras críticas a Olavo de Carvalho, chamando o filósofo em determinado momento de “anta”.
A aluna acusou a professora de ter usado 25 minutos que eram para ter sido utilizados dando aula - que era de gramática -, para expor sua visão política partidária. A professora justificou dizendo que estava dando aula de "jornal", e que se a aluna tivesse algo contra que fosse conversar com a direção. A menina disse então que passaria a gravar todas as aulas dadas por ela.