Embora Sergio Moro esteja sendo criticado por algumas pessoas após ter diálogos vazados em que conversava com o procurador Deltan Dallagnol sobre as supostas estratégias da Operação Lava Jato, o ministro da Justiça e Segurança Pública possui ao seu lado o apoio do presidente da República, Jair Bolsonaro. Nesta quarta-feira (12), os dois foram juntos ao Estádio Mané Garrincha, em Brasília, e prestigiaram a partida entre CSA e Flamengo.

Ao chegar ao estádio, Bolsonaro pediu aos torcedores duas camisas do Flamengo: uma para ele e outra para Moro. Embora chegasse ao estádio de terno e gravata, Moro vestiu por cima a camisa do Flamengo.

Em um gesto de amizade e confiança com o seu ministro, enquanto parte da torcida gritava o nome de Moro, Bolsonaro levantou a mão do ex-magistrado, que conduziu a maior operação de combate à corrupção no país, a Lava Jato. Retribuindo o carinho, Moro apontou para Bolsonaro, como se os aplausos fossem merecidos pelo presidente.

Moro tem vivido um forte desgaste após ter mensagens suas com Dallagnol divulgadas pelo site The Intercept Brasil. Contudo, o ministro da Justiça minimizou as divulgações e disse que não há nada de mais nelas. O mandatário brasileiro já condecorou o ex-juiz federal publicamente com a medalha da Ordem do Mérito Naval em Brasília. Sobre os diálogos vazados do seu ministro, Bolsonaro se recusa a comentar a sua opinião e demonstra irritação quando alguém insiste nesse assunto.

Num evento recente na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), o presidente foi embora de um entrevista ao ser questionado sobre Sergio Moro.

Honraria ao ministro

A Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) também concedeu ao ministro da Justiça e Segurança Pública, nesta quarta-feira (12), a Medalha Tiradentes, considerada a maior condecoração do Estado.

A responsável por pedir essa honraria ao ex-juiz foi a deputada Alana Passos (PSL). Ainda não há data para que a medalha seja entregue.

A bancada do PSOL não concordou com a homenagem feita a Moro e disse que ele cumpriu um desserviço à democracia, quando, através de um processo penal, conseguiu transformar tudo em um processo inquisitorial, segundo palavras de Flávio Serafini (PSOL).

No entanto, as declarações dele foram rebatidas pela bancada do PSL. De acordo com um dos deputados, Moro entrou para a história ao conseguir prender corruptos que assolavam os cofres públicos. Foi reiterado o apoio a Lava Jato e também ao procurador e coordenador da força-tarefa em Curitiba, Deltan Dallagnol. A Polícia Federal investiga a possibilidade de as conversas privadas entre o ministro e o procurador terem vazado após ataques de hackers.