Na manhã desta última terça-feira (11), em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça, Sergio Moro, tiveram o primeiro contato após vazamento das conversas entre o ex-juiz e procuradores da Lava Jato. As reportagens vinculadas ao site The Intercept Brasil movimentaram o governo nestes últimos dias.

A assessoria do presidente se manifestou sobre o encontro de Bolsonaro e Moro, afirmando que os dois chegaram a ter uma conversa em particular por cerca de 20 minutos no Palácio da Alvorada. Após o diálogo rápido, ambos saíram acompanhados, em um barco, com destino ao evento dos Fuzileiros Navais na capital federal.

A comemoração dizia respeito ao aniversário de 154 anos da Batalha Naval do Riachuelo.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, assim como demais representantes de pastas do governo, foram condecorados no evento com a Ordem do Mérito Naval, entregues pelo presidente da República.

Conversa tranquila

O Ministério da Justiça e Segurança Pública, chefiado por Sergio Moro, também lançou uma nota relatando a conversa entre o ministro e o presidente. De acordo com as informações, a conversa foi "bastante tranquila" eo tema do diálogo foi exatamente o vazamento das informações atribuídas ao ministro em conversa com os procuradores da Lava Jato.

Segundo a nota, Sergio Moro criticou a divulgação das conversas particulares obtidas, segundo ele, por meio ilegal, e garantiu que a Polícia Federal está apurando o caso.

Ainda de acordo com a nota, Moro conversou abertamente com o presidente e compreendeu as nuances que abrangem o caso.

O caso

O portal The Intercept Brasil publicou uma série de reportagens no último domingo (9) que revelavam uma suposta troca de mensagens entre o coordenador da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, e o então juiz Sergio Moro, responsável pela força-tarefa em Curitiba.

Nas conversas recebidas em arquivo por uma fonte anônima, o portal revela diálogos entre Moro e Dallagnol a respeito de decisões, sugestões de testemunhas, bem como sobre os procedimentos a serem feitos na condução da operação.

Moro recebeu apoio da cúpula do governo

O presidente Jair Bolsonaro evitou a manifestação sobre o caso.

Ministros militares, assim como o vice-presidente, Hamilton Mourão, saíram em defesa do ministro da Justiça. A ideia, no entanto, é evitar o assunto para não trazer qualquer tipo de crise para o Planalto.

Na manhã desta terça-feira (11), o colega de Moro, Onyx Lorenzoni, ministro-chefe da Casa Civil, manifestou-se via conta oficial do Twitter, defendendo Sergio Moro.

Outro que também usou as redes sociais para evitar turbulências foi o presidente da Câmara de Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Segundo Maia, ele blindará a Casa contra possíveis crises que possam interferir na aprovação das reformas previstas pelo governo.