De acordo com as informações divulgadas neste domingo (28) pelo jornal Folha de S.Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está vivendo grandes momentos de ansiedade e ceticismo quanto a sua chance de ficar livre. Segundo a matéria, aliados teriam relatado que há muitos interesses por trás da libertação do líder do PT. Eles chegaram a fazer provocações afirmando que, embora os métodos da Lava Jato fossem questionados, as Forças Armadas, o governo, o mercado e a mídia não querem o ex-presidente livre da cadeia.

Lula cumpre pena por corrupção e lavagem de dinheiro na ação do tríplex de Guarujá, no litoral de São Paulo.

Pessoas próximas ao petista, que o visitam regularmente na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba disseram que notaram Lula inquieto nos últimos dias. O petista já não vê muitas possibilidades dele conseguir mudar a sua situação. Para seus aliados, várias instituições defendem o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Embora diálogos vazados tivessem mostrado supostos atos de parcialidade do ex-magistrado, Moro mantém ao seu lado vários apoiadores.

Com a prisão dos hackers, suspeitos de terem vazados diálogos entre o ministro e o procurador da República Deltan Dallagnol, Moro acabou ganhando mais forças e muitos viram que ele virou o jogo, após ter sido muito pressionado com esses vazamentos.

Vale ressaltar que o ministro teve que ir ao Senado e à Câmara para explicar sobre as mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil.

Na concepção do grupo mais próximo de Lula, apenas o Supremo Tribunal Federal (STF) pode colocar em ordem a situação do petista. No entanto, segundo a Folha, os aliados do ex-presidente veem os ministros da Corte envoltos de pressão e que uma mudança radical no futuro de Lula ainda é muito pequena.

Disputa no PT

Outro ponto que tem deixado Lula preocupado é a disputa que está envolvendo o seu partido. O grupo principal do PT almeja que o candidato derrotado à Presidência do Brasil, Fernando Haddad, tome o bastão e seja o líder do partido, tornando-se o presidente da legenda. Entretanto, Lula quer que o posto continue com a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT).

Prisão

Em agosto, Lula completará 500 dias preso, segundo lembraram seus auxiliares. Um dos fatos que deu um pouco de ânimo ao petista foi a visita do candidato à Presidência da Argentina Alberto Fernández na Superintendência da PF. O candidato, por enquanto, está em primeiro lugar nas pesquisas.

Mesmo Lula não sendo amigo próximo dele, viu no gesto de Fernández algo importante de apoio.

Em síntese, o petista ainda pode ser alvo de mais uma condenação em breve. O caso do sítio de Atibaia está caminhando para a reta final e os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) poderão novamente decidir sobre os supostos atos cometidos pelo líder do PT.