Em operação realizada na última terça-feira (23), a Polícia Federal prendeu 4 suspeitos de invasão de celulares de autoridades brasileiras: Gustavo Henrique Elias Santos (DJ e que possui passagem na polícia por receptação e falsificação de documentos); Suelen Priscila de Oliveira (esposa de Gustavo, não possuía ficha criminal. Foi presa com o marido na cidade de São Paulo); Walter Delgatti Neto (vulgo Vermelho, passagem por falsidade ideológica e tráfico de drogas, preso em Ribeirão Preto); e Danilo Cristiano Marques (foi pego pela polícia em Araraquara).

A operação foi denominada de Spoofing (falsificação tecnológica para enganar uma rede ou pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável quando, na realidade, não é) e investiga crimes cibernéticos. Os principais crimes investigados nessa operação foram: invasão do celular do ministro Sergio Moro, de um desembargador, um juiz federal e de dois delegados da Polícia Federal.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública foi informado que os números de celulares que o presidente da República Jair Bolsonaro possui também estiveram na mira dos hackers e publicou a seguinte nota:

"O Ministério da Justiça e Segurança Pública foi, por questão de segurança nacional, informado pela Polícia Federal de que aparelhos celulares utilizados pelo Sr.

Presidente da República foram alvos de ataques pelo grupo de hackers preso na última terça-feira. Por questão de segurança nacional, o fato foi devidamente comunicado ao Sr. Presidente da República."

Porém, essa nota não informa se a invasão promovida pelos hackers teve êxito e conseguiu alguma informação dos aparelhos do presidente.

Na nota informou ainda que Bolsonaro foi devidamente avisado sobre o fato, por se tratar de segurança nacional.

Segundo a Polícia Federal, com uma das pessoas detidas foi encontrada uma conta do aplicativo Telegram em nome do ministro da Economia, Paulo Guedes. Foi divulgado também que o grupo promoveu mais de mil invasões telefônicas.

Movimentações suspeitas

A PF investigou os rendimentos mensais de dois investigados através do cadastro bancário e observou que um ganhava R$ 2,1 mil e o outro R$ 2,9 mil. O juiz Vallisney de Oliveira observou movimentações financeiras suspeitas (mais de R$ 627 mil) nas contas destes dois indivíduos e concluiu ser incompatível com suas rendas mensais.

Intenção era vender mensagens, diz advogado

Ariovaldo Moreira, advogado do DJ Gustavo Henrique Elias Santos, confirmou que seu cliente falou durantes os depoimentos que tinha intenção de vender as mensagens ao Partido dos Trabalhadores (PT). Em nota, o PT afirmou que essas prisões feitas se tornou “uma armação contra o partido”.

Apesar do ministro Sergio Moro insinuar, através de um tuíte na manhã desta quarta-feira (24), relação do vazamento de suas mensagens às prisões, nenhum indício foi divulgado até o momento. O próprio juiz Vallisney de Oliveira da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, não citou nenhuma conexão entre os casos.