O jornalista e colunista da revista Época Guilherme Amado publicou um artigo nesta quinta-feira (12) informando que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, pedirá demissão caso o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), mude a direção-geral da Polícia Federal e não coloque alguém da confiança do ministro.
O colunista afirmou que recebeu essa informação de pessoas do Governo e de confiança do ex-magistrado.
Moro enviou uma carta respondendo a matéria e comentou que tudo isso se trata de "especulação de terceiros". No entanto, o jornalista disse que as declarações serão mantidas, já que vieram de pessoas ligadas ao ministro.
De acordo com as declarações de Guilherme Amado, Moro vive isolado no governo. Ele possui raramente algumas conversas com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e com o ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas. Com as outras pessoas, tudo é muito formal. Além disso, segundo a revista Época, Moro tem ficado um pouco desconfortável com várias palavras ditas pelo presidente.
O convite aceito por Moro para entrar no governo seria em razão do presidente se mostrar favorável a todas as medidas que possam combater a corrupção.
Contudo, um dos filhos de Bolsonaro, Flávio, alvo de suspeitas de recebimento de dinheiro ilícito de funcionários de seu gabinete, teria transformando a vida do ministro da Justiça em várias derrotas nos seus trabalhos na pasta da Justiça.
O procurador da República e coordenador da Lava Jato de Curitiba, Deltan Dallagnol, disse em entrevista ao jornal Gazeta do Povo que Bolsonaro tem se afastado do combate à corrupção. O ex-procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, por sua vez, afirmou à BBC News que o presidente quer apenas proteger sua família e não está dando atenção ao projeto anticrime de Moro.
Segundo interlocutores que trabalham com Moro no governo, se Bolsonaro tirar Valeixo da direção-geral da PF e não colocar alguém de confiança do ministro, Moro saíra do governo.
Ciúmes?
O colunista da Época chegou a citar que a insatisfação de Bolsonaro com Moro começou em 26 de maio, quando ao chamar as pessoas às ruas para defender o governo, o ex-capitão se deparou com um boneco inflável do Super Moro, em Brasília. Seria um tipo de ciúmes, aponta o colunista. Além disso, Bolsonaro estaria revoltado com a pesquisa do Datafolha que mostra o seu ministro com mais popularidade que ele.
Moro junto com Bolsonaro
Diante dessa matéria, pelo menos até o momento, apenas Moro se manifestou dizendo que se trata de "especulação de terceiros". Recentemente, os dois estiveram juntos e abraçados num evento do Sete de Setembro. Bolsonaro mostrou através de gestos que ainda tem uma boa relação com seu ministro.