De acordo com o jornal O Globo, ao que parece, há um entrave politico para as reformas jurídicas propostas pelo pacote anticrime do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, após a morte da menina Ágatha Vitória Sales Félix, de apenas 8 anos, ocorrida na última sexta-feira (20), no Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro. A suspeita é de que a garota tenha sido morta por um tiro disparado por um PM durante ação policial na região.
Com a repercussão do caso, as discussões chegaram até as redes sociais e várias celebridades e pessoas públicas começaram uma grande discussão.
Porém, ao que parece, a discussão chegou ao Congresso Nacional e pode criar vários entraves na aprovação do projeto anticrime do ministro Moro.
Segundo O Globo, o grupo de trabalho da Câmara dos Deputados que estuda o projeto deve discutir nesta terça-feira (24) o trecho que aborda o excludente de ilicitude, que relaxa a punição de agentes que cometam crimes sob "violenta emoção".
Segundo o jornal O Globo, o deputado escolhido para ser relator do texto do projeto anticrime, Capitão Augusto (PL-SP), disse que esse ponto do projeto já está fadado a não ter aprovação, porque os deputados que compõem o grupo de análise, em sua maioria, são parlamentares que se opõem a ele.
No último sábado (21), um dia depois da morte da menina, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), escreveu no seu perfil no Twitter que se solidariza com a família da menina morta e que sabe o tamanho dessa dor da perda.
Na mesma postagem, Maia defende uma avaliação muito mais rigorosa na parte do excludente de ilicitude.
Qualquer pai e mãe consegue se imaginar no lugar da família da Ágatha e sabe o tamanho dessa dor. Expresso minha solidariedade aos familiares sabendo que não há palavra que diminua tamanho sofrimento.
— Rodrigo Maia (@RodrigoMaia) 22 de setembro de 2019
Moro defende o pacote anticrime
O ministro da Justiça foi no último domingo (22) ao Twitter para defender e rejeitar que existam alguns fatores do pacote anticrime relacionados à morte da menina Ágatha.
Moro ressaltou que não há nenhuma relação no seu projeto com a morte da criança. O ministro escreveu que também lamenta a morte da menina.
Lamentável e trágica a morte da menina Agatha. Já me manifestei oficialmente. Os fatos têm que ser apurados. Não há nenhuma relação possível do fato com a proposta de legítima defesa constante no projeto anticrime. Deputado @FFrancischini_ tem razão e agradeço pelo apoio. https://t.co/BNHlpqjxc3
— Sergio Moro (@SF_Moro) 22 de setembro de 2019