O presidente Jair Bolsonaro, citado nas investigações do caso Marielle, afirmou nesta quarta-feira (30) que recebeu a notícia através do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, no último dia 9 de outubro. Um porteiro que trabalhava no condomínio Vivenda da Barra, localizado na Barra da Tijuca, citou o nome de Bolsonaro durante as investigações sobre a morte de Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. De acordo com o portal G1, o presidente possui uma casa no condomínio onde Ronnie Lessa, um dos suspeitos do crime, também possui residência.

Depoimento do porteiro

Na última terça-feira (29), o "Jornal Nacional", da Rede Globo, noticiou que o porteiro do condomínio revelou à Polícia que horas antes dos assassinatos, no dia 14 de maio de 2018, um dos suspeitos, identificado como Elcio Vieira de Queiroz, chegou ao local dizendo que iria à casa do então deputado Jair Bolsonaro e que teria tido autorização para entrar.

O porteiro, que não teve seu nome revelado, afirmou em dois depoimentos que teria reconhecido a voz de Bolsonaro quando ligou para o apartamento pedindo liberação para a entrada de Elcio. Os registros de presença da Câmara dos Deputados foram analisados e demonstraram que Jair Bolsonaro estava em Brasília no dia do crime.

Como o nome do presidente foi citado, caberá ao Supremo Tribunal Federal (STF) analisar o caso.

Após a repercussão do caso, na noite da última terça-feira (29), Bolsonaro se pronunciou e acusou o governador Wilson Witzel de fornecer informações à imprensa, o que foi negado por Witzel posteriormente. A Polícia Civil afirmou através de nota que não havia recebido qualquer informação do governador do Rio de Janeiro.

Bolsonaro se encontra em uma viagem internacional à Arábia Saudita e concedeu entrevista a jornalistas na manhã desta quarta-feira (30), onde voltou a acusar Witzel e afirmar que o governador já havia lhe passado a informação no último dia 9 de outubro em um evento no Clube Naval do Rio de Janeiro.

Presidente nega envolvimento

Segundo o portal R7, Jair Bolsonaro concedeu entrevista à Record TV e negou qualquer envolvimento no caso Marielle, reafirmando não estar no Rio de Janeiro no dia das informações citadas pelo porteiro. O presidente ainda atacou a Rede Globo, acusando-a de querer colocar a população contra o Governo. Bolsonaro se colocou à disposição da Polícia Civil para prestar depoimento e esclarecer o assunto. O presidente culpou o governador Witzel pelo vazamento das informações, alegando motivação política. Bolsonaro afirmou, ainda, que o governador do Rio de Janeiro somente teria conseguido se eleger graças a seu filho Flávio Bolsonaro.