Na última terça-feira (17), foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que os pedidos de investigação contra Jair Bolsonaro e Carlos Bolsonaro, filho do presidente, fossem arquivados. Os dois deveriam responder pela acusação de obstrução de Justiça no inquérito referente ao assassinato de Marielle Franco.
De acordo com o ministro, a Procuradoria Geral da República, responsável por tomar decisões sobre andamentos processuais, pontuou que não existem elementos que precisem ser apurados nesse sentido.
Devido aos fatores citados, o ministro optou por arquivar todos os pedidos, que partiram de integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT) e também pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
Segundo a acusação, Jair e Carlos Bolsonaro deveriam ser investigados no que tange ao acesso que possuem dos dados da portaria do condomínio de luxo em que têm casa, localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Ainda é possível indicar que os pedidos feitos pela ABI e pelo PT tomaram como base uma reportagem veiculada pelo Jornal Nacional. Durante a matéria, foi revelado o depoimento de um dos porteiros do condomínio, que fez revelações importantes sobre o caso de Marielle Franco.
Depoimentos do porteiro
É possível destacar que durante o depoimento do porteiro, foi pontuado que, no dia 14 de março de 2018, data em que a vereadora e o motorista Anderson foram mortos, Élcio Queiroz, um dos acusados do assassinato, chegou a entrar no condomínio afirmando que iria à casa 58, que pertencia a Jair Bolsonaro naquele contexto.
Ainda durante os depoimentos citados, o porteiro afirmou que chegou a ligar para a casa em duas ocasiões com o objetivo de liberar a entrada do suspeito. De acordo com ele, a autorização foi dada por alguém cuja voz era bastante parecida com a do “seu Jair”.
Entretanto, durante o seu depoimento, o porteiro ainda apontou que Élcio Queiroz não esteve na casa indicada.
De acordo com as informações do Jornal Nacional, Jair Bolsonaro sequer estava no condomínio de luxo quando a visita do suspeito aconteceu, mas sim em Brasília, na época ainda como deputado.
Posteriormente, o porteiro responsável por citar o nome do presidente da República acabou voltando atrás no seu depoimento.
Ainda no mês de novembro, entretanto, o procurador-geral da República, Augusto Aras, foi contrário aos pedidos de investigação de Jair e Carlos Bolsonaro.
De acordo com Alexandre Moraes, entretanto, cabe ao Ministério Público tomar a decisão definitiva sobre o prosseguimento ou não dos processos contra os dois políticos. Segundo Moraes, não existem elementos suficientes para que os fatos sejam apurados até o presente momento.