Nesta sexta-feira (27), o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, informou que editará um decreto que prorroga as medidas de isolamento social no estado por mais 15 dias. Para Witzel, é preciso diminuir a velocidade com que o coronavírus tem se propagado no estado. O anúncio aconteceu através de uma vídeo feito pelo Facebook.
O covid-19 já fez dez vítimas fatais no estado, segundo consta o boletim da Secretaria estadual de Saúde do Rio. Mas, o Governo não descarta a possibilidade de estender a medida para além do dia 6 de abril.
Para o secretário da Saúde do Estado, Edmar Santos, é preciso um investimento para a linha de testagem para os profissionais de saúde, visto que os kits permitem a definição das causas das mortes suspeitas e detecta de forma rápida as pessoas que estão com os sintomas da doença.
O governador Witzel disse que toda a população deve continuar em casa, além de manter o distanciamento social, contrariando o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, onde solicitou que fossem abertas as escolas e o comércio no país. Sobre a fala do presidente, Witzel, classificou como irresponsabilidade e disse que não será responsável pela morte de milhares de pessoas, citando a explosão de mortes na Itália e na Espanha, e as medidas de manutenção restritivas dos Estados Unidos.
Coronavírus: As dificuldades dos empresários e da classe trabalhadora
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afirmou estar ciente das dificuldades das classes geradoras de renda que refletem na economia do país.
Contudo, destacou uma fala do ex-presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, onde afirma que “uma economia doente é uma economia improdutiva”. A citação tem o propósito de seguir com as medidas de prevenção contra o coronavírus, onde possivelmente em breve todos retomarão seus serviços sem necessariamente perder mais vidas.
Na visão de Edmar Santos (secretário) se a Itália tivesse a ‘coragem de no primeiro momento acreditar no vírus’ para então ‘controlar a epidemia’ certamente o prejuízo seria bem menor do que as consequências negativas que o coronavírus está deixando no país atualmente, com o aumento significativo do desemprego e a fome.
Bolsonaro na contramão do mundo relação ao coronavírus
Wilson Witzel afirmou que aquele que pede para que a população não fique em casa será responsabilizado. Diante da pandemia que tem feito a Itália e a Espanha chorar seus milhares de mortos diariamente, “falar para as pessoas irem pra rua hoje é criminoso”, afirmou.
Políticos e autoridades criticaram as declarações do presidente na noite de terça-feira (24). De acordo com as autoridades a fala do presidente foi grave ao pedir o fim do confinamento em massa e a volta a normalidade.
As declarações do presidente Bolsonaro contrariam as recomendações da Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde no Brasil tem constantemente solicitado o isolamento social e as medidas de higienes necessárias para conter a expansão do coronavírus no país.