Segundo a colunista Cristiana Lôbo, da GloboNews, fontes do Palácio do Planalto teriam informado que Alexandre Ramagem assumirá o posto deixado por Maurício Valeixo como diretor-geral da Polícia Federal. Ramagem já atua como diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e trabalha na mesma desde julho do ano passado.

Ramagem também foi Delegado da Polícia Federal, onde atuou com setores de RH, tarefas relacionadas às leis e processos burocráticos. Em seu currículo, constam algumas tarefas de importância, como a responsabilidade de cuidar da segurança de grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014, as Olimpíadas de 2016 e a Rio+20.

Em 2018, Alexandre Ramagem também foi segurança de campanha do então candidato Jair Bolsonaro, após o atentado à faca, em Juiz de Fora (Minas Gerais).

Desconforto no governo

A troca de diretor-geral da Polícia Federal causou desconforto no governo de JairBolsonaro, após a demissão de Sergio Moro anteceder a decisão do presidente. Jair Bolsonaro perde o que chamam de ministro número 1 do governo. Sergio Moro fez graves acusações contra Bolsonaro e decidiu deixar o governo. Moro acusa Bolsonaro de pedir informações sobre investigações que podem ter ligação com membros de sua família.

Sergio Moro revelou ao "Jornal Nacional", da Rede Globo, mensagens trocadas com o presidente Jair Bolsonaro, no qual Moro parece não concordar com a necessidade de troca do diretor-geral da PF.

Moro ainda explica que quem está no comando de certas investigações é o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Panelaço e coronavirus

A sexta-feira (24) foi um dia marcado por panelaços que ocorreram em todos os cantos do país. Muita gente bateu panela durante o pronunciamento do governo e muitos apoiadores sentiram-se traídos pela decisão de Sergio Moro.

Governadores de diversos estados do país também se pronunciaram. O governador João Doria, do estado de São Paulo, também se manifestou, enfatizando, nas palavras dele, que "O Brasil tem dois vírus: o covid-19 e um outro que está instalado no Palácio do Planalto".

A crise política do governo se soma à crise de saúde vivida nos últimos meses pelo coronavírus que a cada dia mais cresce sua disseminação e causa o caos no sistema de saúde não só do Brasil, mas como no do mundo inteiro. O dólar disparou no Brasil e derreteu a Ibovespa. A pandemia não só afeta a saúde das pessoas, como também afeta a economia, a política e os rumos de uma nação.