A última conversa entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ex-ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi cordial e sem ressentimento. Essa afirmação foi feita pelo próprio chefe de Estado brasileiro em uma coletiva de imprensa, em Brasília, na tarde desta quinta-feira (16), minutos antes de confirmar que Luiz Henrique Mandetta não era mais o ministro da saúde de seu Governo.
"Agora há pouco terminei uma reunião com o ministro Mandetta de aproximadamente 30 minutos. Discutimos a situação atual do Ministério bem como da pandemia. Uma conversa bastante produtiva, muito cordial onde nós selamos um ciclo no Ministério da Saúde. Ele se prontificou como era esperado da minha parte participar de uma transição a mais tranquila possível com a maior riqueza de detalhes que se possa oferecer. E em comum acordo [mas o termo técnico não é esse] eu o exonero do Ministério nas próximas horas", destacou Bolsonaro no inicio da coletiva.
Quem assumirá o cargo deixado por Mandetta
Ainda na coletiva, Jair Bolsonaro também confirmou que Nelson Teich, médico oncologista nascido no Rio de Janeiro, assumirá o caro de ministro da saúde.
"Neste momento, além de agradecer o senhor Henrique Mandetta por sua cordialidade e como conduziu o ministro, agradeço o doutor Nelson por ter aceito esse convite. Ele sabe do enorme desafio que terá pela frente".
Divergências à parte, Mandetta deixa cargo elogiado por Bolsonaro
Há semanas Mandetta e Bolsonaro travaram uma série de duelos que repercutiram bastante. Os dois tinham ideias diferentes de como tratar o surto de coronavírus no Brasil. Um exemplo disso é a quarentena. O presidente, por exemplo, defendia que o Brasil deveria adotar o isolamento social, atitude baseada na ideia de deixar em quarentena somente as pessoas do grupo de risco do coronavírus. Já Mandetta defendia o isolamento horizontal, ideia que defende o isolamento completo da população sem restrição de idade.
Apesar das discordâncias, Bolsonaro elogiou Mandetta na coletiva desta quinta-feira e disse que o ex-ministro fez o que pôde, na condição de profissional da medicina, para tratar da melhor forma possível a questão do coronavírus no país.
"Não condeno, não recrimino e não critico o ainda ministro Mandetta. Ele fez aquilo que, como médico, achava que devia fazer ao longo desse tempo. A separação, cada vez mais, se tornava uma realidade. Mas não podemos tomar decisões de forma que o trabalho feito até o momento fosse perdido. O que eu conversei ao longo desse tempo com o oncologista doutro Nelson, aqui ao meu lado, foi fazer com que ele entendesse a situação como um todo", destacou.