A relação entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) não é harmoniosa como antes. O assunto é destaque da coluna Painel, da Folha de S.Paulo. De acordo com a publicação, ambos trocavam mensagens até a semana passada. Depois disso, ambos deixaram de dialogar.

Segundo o jornal, a relação vinha de desgaste desde a Reforma da Previdência, quando Maia assumiu o protagonismo. O orçamento impositivo e o socorro ao estados e municípios potencializaram o desgaste na relação, segundo o jornal. A interpretação do gesto de Maia é que os deputados adotaram essa postura com viés eleitoral, uma vez que as eleições municipais se avizinham.

Para aliados, o ministro da Economia revela que não alimenta mais confiança em Rodrigo Maia.

Assunto

Na quinta-feira (16), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) falou da relação entre Paulo Guedes e Rodrigo Maia à CNN Brasil. Na ocasião, ele apontou a briga entre o ministro e o presidente da Câmara. O chefe do Executivo confirmou que ambos não têm mais contato.

A relação entre Bolsonaro e Maia também azedou depois da aprovação do projeto de lei que trata da compensação, a estados e municípios, da queda de arrecadação do Imposto Sobre Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto Sobre Serviços (ISS). Em função do novo coronavírus, a atividade economia brasileira sofreu impactos.

Caos

Na entrevista, Bolsonaro diz que Rodrigo Maia conduz o país ao caos.

Na opinião do presidente, isso esculhamba a economia e inviabiliza o governo. Paulo Guedes sugeria a destinação de recursos carimbados para determinados setores. O presidente da Câmara, por sua vez, disse que a proposta prejudicaria o Estado de São Paulo, responsável pela maior arrecadação brasileira. Não é segredo que João Doria (PSDB) e Bolsonaro travam uma guerra política em meio à pandemia da Covid-19.

“O Brasil não merece a atuação dele [Rodrigo Maia] na Câmara”, resumiu Bolsonaro, que aliviou as críticas aos demais parlamentares e canalizou o descontentamento do presidente do Legislativo.

Coronavírus em números

Nesta sexta-feira (17), o Brasil registrou novo recorde de mortes do novo coronavírus. Foram 217, revela o Ministério da Saúde.

Outro recorde diz respeito ao número de casos confirmados. Foram 3.257, que totalizam 33.682. O número de mortes chegou a 1.924, 11% de crescimento em relação aos números divulgados na quinta-feira (16). No total, 30.425 pessoas estão infectadas.

São Paulo lidera essa estatística com a soma de 928 mortes. O Rio de Janeiro aparece em seguida com um número quatro vezes menor de mortes, com 341 óbitos. Pernambuco apresenta 186 mortes e o Ceará 149.