Durante a tarde da última terça-feira (5), o presidente da República, Jair Bolsonaro, voltou a fazer um pronunciamento para os jornalistas e para os seus apoiadores. Na ocasião citada, Bolsonaro provocou a Globo e chegou a afirmar que convidaria Roberto Marino para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com o presidente, o motivo para esse convite está ligado a suposta capacidade de Marinho de julgar e condenar alguém em poucos segundos. As falas em questão foram exibidas pela CNN na íntegra, mas não chegaram a ser mostradas na GloboNews.
"Eu acho que a próxima vaga para o Supremo eu vou dar para o Roberto Marinho, convidar o Roberto Marinho para ser ministro do Supremo Tribunal Federal, porque ele julga e condena em fração de segundos", disse o presidente.
É possível afirmar, entretanto, que a provocação não foi direcionada especificamente a nenhum dos três herdeiros do Grupo Globo, todos eles com "Robero Marinho" no nome. Roberto Marinho pai, fundador do Grupo Globo, morreu em 2003.
Também de acordo com o site citado, algumas pessoas ficaram bastante confusas com as afirmações do presidente da República. Nesse sentido, é possível citar o ator Bruno Gagliasso, que chegou a comentar sobre o pronunciamento no Twitter e questionou se Jair Bolsonaro tem conhecimento de que Roberto Marinho já faleceu.
Será que o Bolsonaro sabe que o Roberto Marinho já faleceu?
— Bruno Gagliasso (@brunogagliasso) May 5, 2020
Ainda se mostra válido destacar que todas as falas e atitudes de Bolsonaro têm sido comentadas em vários noticiários diferentes de emissoras que pertencem ao Grupo Globo.
Bolsonaro não permite perguntas de repórteres e fala sobre Moro
Em seu pronunciamento durante a tarde, Jair Bolsonaro não permitiu que os jornalistas lhe fizessem perguntas e começou a falar a respeito do depoimento que Sergio Moro, ex-ministro da Justiça, prestou à Polícia Federal. Na ocasião, Bolsonaro afirmou que teve acesso ao conteúdo do depoimento de Moro ainda no último sábado (2) e explicou que a sua defesa será feita pela Advocacia-Geral da União.
Ao explicar o motivo para que a sua defesa seja feita pela AGU, o presidente da República afirmou que não vai pagar por advogados por não ter dinheiro para isso, visto que ele vive do seu salário de R$ 23 mil mensais. De acordo com o presidente, o valor em questão não é suficiente para que um advogado seja contratado, em especial um que já tenha defendido alguém que passou pela Lava-Jato.
Também durante o seu pronunciamento, Bolsonaro chegou a pedir desculpas aos jornalistas por ter mandado que eles se calassem ainda na manhã de terça-feira e afirmou que chegou a ser grosso com “uma senhora e um senhor”.