Na tarde da última terça-feira (12), Braga Netto, o atual ministro-chefe da Casa Civil, referendou a versão dos fatos de que o presidente da República, Jair Bolsonaro, pretendia trocar a segurança dos seus familiares no Rio de Janeiro, e não a superintendência da Polícia Federal no estado em questão, cargo ocupado por Ricardo Saad.

Na versão apresentada por Braga Neto na data citada, ele repetiu exatamente o que Bolsonaro havia dito durante uma entrevista concedida na cidade de Brasília. Além disso, no depoimento ao qual o "Jornal Nacional" teve acesso, o ministro em questão chegou a comentar sobre a reunião ministerial que aconteceu durante o mês de abril.

Sobre os fatos destacados, é possível afirmar que o "Jornal Nacional" separou um trecho no qual o ministro-chefe da Casa Civil afirma que na reunião citada anteriormente, quando Bolsonaro falou sobre trocar a segurança do Rio de Janeiro, ele não estava se referindo a Saad, mas sim à segurança pessoal de seus familiares. Na ocasião, supostamente, o presidente estaria se referindo ao cargo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Segundo o depoimento de Braga Netto, a insatisfação sobre a qual Bolsonaro falava era essa e ela não tinha relação com a Polícia Federal. Entretanto, se mostra válido afirmar que o ministro em questão não chegou a ser questionado sobre por quais motivos essa cobrança acabou recaindo no ex-ministro da Justiça Sergio Moro, visto que a PF é subordinada ao ministério ocupado por ele no contexto em que a reunião ministral ocorreu.

Caso essa versão dos fatos fosse verdadeira, Jair Bolsonaro não deveria ter cobrado Moro sobre a troca no GSI, mas sim Augusto Heleno, ministro responsável por comandar o órgão em questão e pela segurança pessoal do presidente e de sua família.

'JN' consegue acesso a depoimento de Augusto Heleno

Ainda sobre Heleno, é possível afirmar que o "Jornal Nacional" também conseguiu ter acesso ao depoimento prestado por ele durante a noite da última terça-feira.

Durante o depoimento em questão, Augusto Heleno destaca que a proteção pessoal da família do presidente não tem qualquer tipo de relação com a PF.

Na ocasião, o ministro também chegou a ser questionado a respeito de um trecho do depoimento de Sergio Moro no qual ele afirma para Jair Bolsonaro que existem alguns tipos de relatórios da Polícia Federal que não podem ser repassados para o presidente. Entretanto, Augusto Heleno afirmou que não se lembra do diálogo em questão.