Na última quarta-feira (13), a deputada Carla Zambelli prestou depoimento à Polícia Federal relativo às acusações feitas por Sergio Moro quando deixou o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública.

De acordo com informações da revista Veja, o depoimento de Zambelli tem cinco páginas e a deputada chegou a afirmar que nunca conversou com o presidente Jair Bolsonaro sobre a proposta feita a Moro e divulgada pelo ex-ministro na ocasião de suas denúncias.

Na ocasião citada, Carla Zambelli pediu a Moro para que não abandonasse o seu cargo e afirmou que conversaria com Bolsonaro sobre indicá-lo para um cargo no Supremo Tribunal Federal.

Entretanto, para tal, o ex-ministro d Justiça deveria concordar com a substituição de Maurício Valeixo no comando da Polícia Federal.

Ao falar sobre os fatos destacados em seu depoimento, a deputada afirmou que não conversou com Bolsonaro sobre o assunto da substituição de Valeixo ou mesmo sobre a vaga que sugeriu a Moro no STF.

Na ocasião, ela ainda afirmou que o caminho mais natural para Sergio Moro durante a gestão de Jair Bolsonaro seria conseguir a vaga no Supremo e esse foi o seu único motivo para trazer o assunto citado à tona durante a suas conversas com o ex-ministro da Justiça. Portanto, o tema em questão foi apenas uma forma encontrada por Carla Zambelli de incentivar Moro a permanecer no cargo que ocupava.

Carla Zambelli diz ter sido orientada por chefe da Secom

Ainda durante o seu depoimento, Zambelli chegou a pontuar que recebeu orientação do chefe da Secom, Fabio Wajgarten, assim como do ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, a fazer os esforços necessários para convencer Sergio Moro a permanecer no Ministério da Justiça.

Assim, ambos teriam sugerido que ela mantivesse contato com o ex-ministro para conseguir convencê-lo.

Ao comentar a respeito da decisão de Moro, Carla Zambelli afirmou que poderia ter conseguido cumprir esse objetivo caso Moro não tivesse pedido demissão na sexta-feira, 24 de abril. De acordo com a deputada, o final de semana lhe daria o tempo hábil para conseguir resolver essa questão.

Por fim, é possível apontar que Zambelli chegou a dizer que não procurou saber quais foram os motivos de Jair Bolsonaro para efetuar a troca de comando da Polícia Federal, assim como o superintendente do órgão em questão no Rio de Janeiro e o diretor de Brasília.

A deputada também admitiu ter questionado Sergio Moro sobre o inquérito contra Rodrigo Maia, o atual presidente da Câmara dos Deputados, e afirmou que somente gostaria de saber se eles estavam sob a responsabilidade da Polícia Federal na ocasião em que fez o questionamento. Assim, tal pergunta teria partido somente dela e não teria ligações com Jair Bolsonaro.