O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta usou da mídia para dobrar uma aposta em relação a uma piora que poderá ser devastadora em relação à crise causada pelo coronavírus no Brasil.
Em uma entrevista à rede de televisão americana CNN, Mandetta aproveitou para poder alertar a respeito da preocupação que ele tem agora, que atingiu o nível máximo de uma escala que foi descrita por ele como de zero a 10.
A entrevista concedida pelo ex-ministro aconteceu em um dos mais prestigiosos programas da CNN americana, o da jornalista Christiane Amanpour.
Visão nada otimista
Ele ainda ressaltou ao longo da entrevista que o núcleo presidencial, que a todo momento destinava artilharia diária para o ex-ministro, previa que teria um cenário com mil mortes causadas pela doença, no entanto, o atual cenário já é de 12 mil óbitos causados pelo Covid-19 no Brasil.
Na entrevista, Mandetta frisou o fato de que o Brasil pode ser um dos países com mais casos do mundo todo. Ele ainda destacou que o país agora está no começo da parte mais difícil que irá enfrentar em relação à pandemia do coronavírus. Ao longo da entrevista que Mandetta concedeu em inglês, o ex-ministro demonstro um bom domínio do idioma.
Demissão e divergências
Mandetta foi demitido no meio do trabalho que levava em relação ao combate ao coronavírus no Brasil e criticou Bolsonaro durante a entrevista à CNN americana.
Ele disse que foi tirado do cargo que ocupava no Ministério da Saúde devido às divergências que ele tinha com o presidente em relação à sua gestão no cargo.
As divergências em questão acabaram se tornando públicas entre o presidente e o ex-ministro. Ele ainda aproveitou para disparar críticas contra Bolsonaro. "A História dirá quem estava certo e quem estava errado", disse Mandetta.
Na entrevista, Mandetta também não poupou detalhes ao falar a respeito da pressão que havia sofrido do presidente quando estava no cargo, pelo fato de que o mesmo fazia campanha pública contra as orientações científicas que eram adotadas pelo Ministério da Saúde no combate da doença.
O ex-ministro ainda reforçou ao longo de sua entrevista que havia ficado cada vez mais claro devido os acontecimentos atuais no país que a ciência estava correta em apontar o isolamento social como sendo a melhor forma de combater o vírus atualmente, para que não haja o contágio de mais pessoas e a proliferação do mesmo.