Em um dos trechos da gravação da reunião ministerial liberada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, citou o nome da Band causando desconforto nos bastidores da emissora paulista. Em um dos momentos de sua fala, o diretor insinuou que a empresa havia procurado o banco estatal para pedir dinheiro.

Reunião ministerial tem a citação da Band

"Acho que a gente tá com um problema de narrativa. Hoje de manhã, por exemplo, o pessoal da Band queria dinheiro. O ponto é o seguinte: vai ou não vai dar dinheiro pra Bandeirantes?

Ah, não vai dar dinheiro pra Bandeirantes? Passei meia hora levando porrada, mas repliquei", disse Pedro Guimarães em um dos trechos de maior polêmica envolvendo o nome da TV Bandeirantes.

A declaração aconteceu no último dia 22 de abril. A referida reunião ministerial é a mesma apontada pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, como provas contundentes da tentativa de intervenção do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), na Polícia Civil.

Band exibe gravação logo após a divulgação

Logo após o material ser liberado pelo ministro Celso de Mello, a Band veiculou a gravação durante a sua programação ao vivo. Neste momento, quem estava no ar era o apresentador José Luiz Datena, no comando do telejornal "Brasil Urgente".

Logo após o filme chegar ao fim, e as câmeras retornarem para os estúdios da emissora em São Paulo, o apresentador não conseguiu esconder a sua irritação diante da maneira pela qual Pedro Guimarães se referiu à empresa, insinuando pedidos de dinheiro. Datena cobrou uma resposta contundente por parte do presidente da Caixa Econômica Federal, na qual ele deveria informar o nome da pessoa que foi até o banco para pedir dinheiro em nome da emissora de televisão, pois certamente seria demitido pelo clã Saad.

Datena faz cobranças ao presidente da Caixa

José Luiz Datena apontou ainda a possibilidade de uma interpretação dúbia nas declarações de Pedro Guimarães, as quais poderiam demonstrar o crime de prevaricação por conta de sua função na administração pública, bem como na possibilidade de uma punição por parte do presidente Jair Bolsonaro, podendo culminar até mesmo em sua demissão do cargo.

"Aí vem o cara numa reunião ministerial com o presidente da República e diz 'o pessoal da Band quer dinheiro'. Se você deu dinheiro para alguém aqui da Band, Pedro, você indique para quem você deu, que com certeza essa pessoa vai ser demitida, se não foi uma coisa legal, se não foi mídia técnica. E do jeito que você colocou tem dúbia interpretação. Ou você prevaricou e o Bolsonaro devia te mandar embora hoje", disse o apresentador do "Brasil Urgente".

Até o fechamento desta matéria, a direção da TV Bandeirantes ainda não se manifestou publicamente desde a divulgação pública da citação de seu nome. Em contrapartida, prometeu que o fará nas próximas horas, esclarecendo o polêmico episódio.