O presidente Jair Messias Bolsonaro (Sem Partido) nomeou nesta quinta-feira (4) Antônio Élcio Franco para o cargo de secretário-executivo do Ministério da Saúde. Antônio Élcio é um militar coronel do Exército e era o secretário-executivo substituto da pasta, ele já havia comandado a Secretaria de Saúde da Roraima antes de ir para o governo federal.
A nomeação de Franco Filho foi realizada e oficializada em edição extra do Diário Oficial da União.
Logo após a saída de Luiz Henrique Mandetta, o governo de Bolsonaro vem aumentando a quantidade de militares no Ministério da Saúde.
O primeiro anunciado após a saída de Mandetta foi Eduardo Pazuello, que foi nomeado secretário-executivo de Nelson Teich.
Nesta quarta-feira (3), Pazuello foi oficialmente nomeado como ministro interino, após 19 dias ocupando o cargo. Em meio a pandemia do coronavírus, o Ministério da Saúde ainda não conta com nenhum titular.
O cargo de secretário executivo é considerado por especialistas o segundo mais importante do Ministério da Saúde. Sendo o responsável por supervisionar e coordenar as atividades das demais secretarias do ministério e de suas entidades vinculadas.
Ex-Ministros da Saúde x Bolsonaro
Nelson Teich deixou o cargo de Ministro da Saúde em uma sexta-feira, 15 de maio, antes de completar um mês no cargo.
O ex-ministro teve discordâncias com o presidente Bolsonaro a respeito das medidas ao combate do novo coronavírus, como a utilização da cloroquina e as medidas do isolamento social.
Já o Ministro da Saúde anterior, Luiz Henrique Mandetta, foi demitido em uma quinta-feira, 16 de abril, também por conta de desentendimentos com o presidente Jair Bolsonaro.
Ex-ministro da Saúde não concorda com uso da cloroquina
O presidente defende o "isolamento vertical", isto é, isolamento somente de idosos e pessoas com doenças graves, do grupo de risco. De acordo com Bolsonaro, o isolamento amplo em que estamos, com suspensão de atividades, traz mais prejuízos a economia do que as mortes provocadas pelos vírus.
Essa posição de Bolsonaro foi um dos motivos que levaram à saída de Mandetta da pasta.
Além disso, Mandetta também não concordava quanto ao uso da cloroquina, uma vez que não há estudos científicos sobre a eficácia do medicamento. Além disso, a relação entre presidente e o ex-ministro piorou por conta de posições públicas opostas. Bolsonaro chegou a afirmar em entrevista à rádio Jovem Pan que ele e Mandetta estavam "se bicando" há algum tempo.
Em sua declaração, o presidente afirmou que Mandetta sabe que eles estavam "se bicando" há tempo, e que não pretendia o demitir em meio a guerra. Bolsonaro também falou sobre o ministro ter extrapolado, e que Mandetta também sabia da hierarquia entre eles.