Em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), sinalizou que, com a flexibilização, os casos de coronavírus podem dobrar até o fim do mês de junho. De acordo com projeções feitas pelo Governo, foi possível analisar a evolução da pandemia e visualizar que os casos de covid-19 podem ficar entre 190 mil e 265 mil.

Aumento de casos com a flexibilização já é esperada

Atualmente, o número de casos confirmados no estado gira em torno de 123 mil. No entanto, apesar dos números alarmantes, a projeção é a esperada pelo governo.

Segundo o vice-governador, Rodrigo Garcia (DEM), todos os "números apresentados estão previstos nos cenários" e que são referência para o sistema de Saúde.

"Não há surpresa nos números que estão sendo anunciados todos os dias, em casos e em óbitos. A mesma projeção que o governo de São Paulo fez para o passado se confirmou", ressalta Garcia.

Mesmo que as projeções apontem para o crescimento dos casos, o afrouxamento das medidas e a flexibilização do comércio será feita com cautela. Para o Governador João Doria, mais da metade do estado continua com todas as restrições impostas no início da quarentena, e salientou ainda que pauta "todas as suas decisões pela Ciência"

Apesar das medidas de flexibilização terem sido frequentemente criticadas pelos especialistas, o estado de SP segue com suas medidas de flexibilização e "retomada consciente", que de acordo com Doria, são etapas que foram criadas de acordo com a capacidade de cada região avaliada, levando em consideração os índices estabelecidos, como evolução dos casos e ocupação dos leitos em hospitais públicos e privados.

A flexibilização e retomada consciente

Na quarta-feira (27), o governador João Doria havia anunciado um plano de ação para a retomada gradual de todas as atividades econômicas do estado. A proposta é que separadas em fases, cada região seja analisada de acordo com critérios estabelecidos pelo governo do estado, e que após serem avaliadas semanalmente, regridam ou avancem de fase até voltar a normalidade.

Muitos prefeitos da Grande São Paulo e também Baixada Santista se posicionaram criticando o modo como foram avaliadas.

Com isso, o governo de SP, estabeleceu algumas mudanças na flexibilização que chama de "retomada consciente". As próximas alterações de flexibilização, posicionam a Baixada Santista, por exemplo, na fase 2 (Laranja), que permite o início da retomada das atividades econômicas da região.

Mas é importante ressaltar que essas mudanças não são definitivas, levando sempre em consideração os casos confirmados de Covid-19 em cada região.

"Da mesma forma que oferece regras para a retomada, também apresenta indicadores para a revisão imediata das medidas, e se necessário, retorno à situação" conclui Doria.

Capital paulista pode mudar de fase

De acordo com o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, a ocupação de leitos em UTI na cidade tem diminuído. Pelo segundo dia consecutivo, o índice está abaixo dos 70%. Com esses critérios de avaliação, a cidade que já está na fase 2 (laranja), pode ampliar sua retomada de atividades. A taxa de ocupação de leitos em UTI de hospitais públicos e privados e o aumento dos casos confirmados de Covid-19 são alguns dos critérios decisivos para que uma região mude de fase.

A preocupação é que a gente não retroceda e não volte a crescer em números de solicitação de UTI em São Paulo. O estado elencou as regiões e para todos os indicadores, estamos na fase 2(laranja) ou na fase 3 (amarela) e para alguns, a cidade de São Paulo já está na fase 4 (verde)" destaca o prefeito de SP, Bruno Covas.

O estado de São Paulo registrou até o momento 123.483 casos confirmados de Covid-19, com 8.276 óbitos. Sendo que deste total, 73.213 casos confirmados são apenas da cidade de São Paulo, com 4.568 óbitos, segundo informações da prefeitura da capital