O inquérito que corria em segredo de Justiça foi aberto no mês passado. Segundo a PGR (Procuradoria-geral da República), cerca de R$ 30 mil de dinheiro público teriam sido usados por deputados bolsonaristas para divulgar atos antidemocráticos. As informações são do jornal "O Globo", que teve acesso ao documento.
O dinheiro fazia parte de uma cota parlamentar que existe para cobrir despesas relacionadas ao mandato. Independente de salários, a cota é direito dos parlamentares.
O inquérito está sendo investigado pelo STF. Os parlamentares envolvidos na investigação são Aline Sleutjes (PSL-PR), Bia Kicis (PSL-DF), Guiga Peixoto (PSL-SP) e General Girão (PSL-RN).
Supremo Tribunal Federal
O inquérito foi aberto por Augusto Aras e segue em investigação no Supremo. O ministro Alexandre de Moraes é o relator.
As manifestações antidemocráticas que pedem o fim do STF e do Congresso defendem a intervenção militar e a criação de uma nova constituição e contam frequentemente com a presença do atual presidente, Jair Messias Bolsonaro (sem partido).
Segundo o jornal O Globo, o inquérito aponta que a Inclutech Tecnlogia, empresa do marqueteiro Sérgio Lima, recebeu uma quantia de R$ 30,3 mil dos suspeitos.
O presidente Jair Bolsonaro tenta criar um novo partido chamado Aliança pelo Brasil. O marqueteiro Sérgio Lima, responsável pela marca, também é o proprietário da empresa de tecnologia.
Na semana passada, a Polícia Federal executou mandados relacionados às investigações do inquérito das fake news, e Sérgio Lima foi um dos alvos da operação.
O vice-procurador da República, Humber Jaques, alegou que os parlamentares não só repassaram verbas públicas, como trabalharam na elaboração das mensagens distribuídas. Jaques também afirma que existe uma rede completamente estruturada que tem como objetivo desestabilizar o regime democrático.
Todos os deputados envolvidos no inquérito negaram qualquer tipo de participação nas manifestações antidemocráticas.
Investigações
Vários deputados do PSL estão na mira do STF. O Ministro Alexandre de Moraes solicitou a quebra de sigilo de pelo menos seis deputados do partido. O senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ) também está entre os investigados.
Segundo a PGR, vários sites bolsonaristas teriam se beneficiado com as ações. O envolvimento de assessores, empresários e ativistas também está sendo investigado. Uma quantia de R$ 150 mil pode ter sido repassada a sites como Folha Política e Folha Brasil em troca de divulgação dos protestos.
Uma das organizações antidemocráticas com mais destaque atualmente é o 300 do Brasil, comandado por Sara Winter, que foi presa na segunda-feira da semana passada (15).